32 milhões de brasileiros não têm acesso à água de potável

Esgoto a céu aberto: um problema difícil de ser superado e que afasta o país das metas estabelecidas pelo Marco do Saneamento Básico -  (crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Esgoto a céu aberto: um problema difícil de ser superado e que afasta o país das metas estabelecidas pelo Marco do Saneamento Básico - (crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Cerca de 32 milhões de brasileiros não têm acesso à água potável e 90 milhões não contam com acesso à coleta de esgoto. O alerta é da 16ª edição do Ranking do Saneamento, elaborado pelo Instituto Trata Brasil e que relaciona os 100 municípios mais populosos do país.

A listagem foi divulgada, ontem, no Dia Mundial da Água, e mostra o quanto o Brasil ainda tem que melhorar em matéria de abastecimento e uso consciente do recurso. Segundo o Trata Brasil, dos 20 municípios mais bem colocados no ranking, a predominância é de cidades da Regiões Sudeste (12) — o Sul (cinco) e o Centro-Oeste (três) aparecem na sequência. Maringá (PR) está em primeiro lugar, acompanhada de perto de São José do Rio Preto (SP), Campinas (SP), Limeira (SP) e Uberlândia (MG).

No sentido contrário, os 20 piores municípios do ranking estão nas regiões Norte (sete), Nordeste (seis) e Sudeste (cinco). As dificuldades no oferecimento de água potável e de esgoto sanitário são graves em Porto Velho — apenas 41,74% da população tem acesso à água de qualidade; Ananindeua (PA), com 42,74%; Santarém (PA), com 48,8%; Rio Branco, com 53,5%; e Macapá, com 54,38%.

O levantamento mostrou, ainda, que os 20 municípios mais bem assistidos pelo saneamento básico apresentaram um investimento anual médio — entre 2018 e 2022 — de R$ 201,47 por habitante. Isso representa 13% abaixo do patamar nacional médio para a universalização.

No caso dos 20 piores, o investimento anual médio no mesmo período é de R$ 73,85 por habitante — cerca de 68% abaixo do patamar nacional médio para a universalização do saneamento. O Trata Brasil destaca que, no caso desses municípios, por terem indicadores muito atrasados no projeto de levar água de qualidade e tratamento de esgoto a maior parte da população, ter um baixo investimento anual médio por habitante resulta na dificuldade para que se atinja as metas estabelecidas pelo Marco Legal do Saneamento Básico.

“Saneamento traz saúde, educação e pode ser o patamar necessário para a mobilização social. É preciso unir municípios grandes e pequenos. O saneamento tem que ser uma política de Estado, e não de governo”, sugere Luana Pretto, presidente-executiva do Trata Brasil.

Monitoramento dos rios

Também ontem, a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) lançou o Relatório Digital de Qualidade da Água, que mostra a característica do recurso dos rios em mais de 400 mil trechos pelo país. Esse monitoramento permite avaliar a adequação da água para diversos usos.

A diretora-presidente da ANA, Verônica Sánchez, explicou que o acompanhamento é realizado em mais de 10 mil pontos, divididos em estações que monitoram parâmetros dos rios — como níveis, vazões, qualidade da água e transporte de sedimentos, além da influência das chuvas.

Segundo a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), Marina Silva, evidências científicas e estudos são essenciais para orientar as políticas públicas da ANA. Ela observou que o trabalho da agência contribui para afastar decisões sobre o uso da água baseadas somente nos interesses políticos locais e no clientelismo.

*Estagiária sob a supervisão de Fabio Grecchi

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Fonte: Correio Braziliense

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