Até o fim deste mês, caso a Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) não efetue o pagamento de aproximadamente R$ 5 milhões à Cooperativa Médica do Rio Grande do Norte (Coopmed), pelo menos mil procedimentos – a maioria deles cirurgias de média e alta complexidade em especialidades diversas – deixarão de ser feitos nos sete hospitais conveniados ao Sistema Único de Saúde (SUS). As intervenções médicas estão suspensas desde o início do mês, pois a Sesap está com débitos em aberto com a Cooperativa há seis meses. Junto aos Hospitais da rede particular conveniados ao Sistema Único de Saúde (SUS), que oferecem a infraestrutura para a realização da cirurgia, os atrasos são ainda maiores: nove meses. Somente este ano, a Sesap deixou de efetuar o repasse de aproximadamente R$ 12 milhões à Secretaria de Saúde de Natal dentro do Termo de Cooperação Entre Entes Públicos (TCEP), que financiam tais procedimentos.
Somente no Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, em Natal, 135 pessoas aguardam nos corredores por cirurgias eletivas de ortopedia. Outros tantos esperam por intervenções cardíacas, neurológicas e nem mesmo as cirurgias pediátricas ficaram de fora da crise. Conforme levantamento da Cooperativa Médica, os atrasos no pagamento do contrato de mão de obra especializada atingiram também os procedimentos nas áreas de urologia e oncologia. Ao longo dos seis meses não pagos pela Sesap, a Coopmed realizou 15.836 procedimentos. “Todos esses procedimentos, ou 95% deles, são realizados nos hospitais da rede privada conveniados ao Sistema Único de Saúde pois os hospitais da rede da Sesap não dispõem de estrutura. Alguns desses hospitais privados estão esperando pagamento há nove meses”, confirmou o presidente da Coopmed, Marcelo Cascudo.