Web Summit, maior evento de tecnologia europeu, começa hoje sem ‘big techs’ com polêmica sobre Israel

Evento acontece na próxima semana
Evento acontece na próxima semana — Foto: Divulgação/Web Summit

O roteiro para a noite de abertura do Web Summit, maior evento de tecnologia e inovação da Europa, que começa amanhã, é conhecido. O fundador do festival, Paddy Cosgrave, costuma dar a largada, com uma contagem regressiva. Ao palco, sobem executivos de grandes empresas de tecnologia para painéis.

A primeira noite desta edição da conferência, no entanto, será diferente. Executivos de companhias como Google e Meta saíram da programação do festival, que aconteceu entre 13 e 16 de novembro. O irlandês Paddy Cosgrave, que criou o evento há mais de uma década, deixou de ser a estrela da noite, apenas duas semanas antes da conferência começar

Ao longo dos ano

s, o Web Summit não só se tornou um ponto de encontro para os entusiastas da tecnologia, como ajudou Portugal, especialmente Lisboa, a se tornar um polo de atração para negócios e profissionais da área. Mas, nesta edição, temas que vão além da inteligência artificial e do futuro da internet acabaram por atravessar o festival.

Cosgrave renunciou ao cargo de CEO depois de grandes empresas de tecnologia cancelarem a participação no evento. A “fuga” das big techs aconteceu como retaliação a uma declaração do executivo sobre o conflito Israel-Hamas. Pelo X (ex-Twitter), ele escreveu que “crimes de guerra são crimes de guerra mesmo quando cometidos por aliados”, em crítica às ações militares israelenses na Faixa de Gaza.

Empreendedores de Israel (que é destaque no setor) pediram boicote ao festival. Investidores também desistiram do evento. “Recuso-me a comparecer ao Web Summit”, escreveu, no X, Garry Tan, líder da Y Combinator, uma das aceleradoras de startups mais poderosas do Vale do Silício.

Paddy, que se tornou referência no ecossistema de inovação, se desculpou pela publicação no dia seguinte. Mas não foi suficiente. Nove dias depois, ele renunciou O executivo foi o responsável não só por criar o Web Summit mas por torná-lo uma potência, com outras duas marcas, e com edições do festival que se multiplicaram em quase todos os continentes, incluindo a versão no Brasil.

Katherine Maher, que foi CEO e diretora executiva da Wikimedia Foundation, assumiu o cargo no fim de outubro. “A nossa tarefa imediata é voltar a focar-nos naquilo que fazemos melhor: facilitar discussões entre todos os envolvidos no progresso tecnológico”, afirmou, em comunicado, indicando que pretende iniciar uma “próxima fase” para a conferência.

Mesmo com a onda de desistências, o evento acumula números superlativos: a expectativa é de que 70 mil pessoas, de 160 países, compareçam. Além da programação nos palcos, que terá nomes como o presidente do Alibaba.com, Kuo Zhang, e o fundador da Wikipedia, Jimmy Waler, a conferência também contará com a participação de 2,6 mil startups e de 800 investidores.

Fonte: O Globo

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