O verão de 2025 promete altas temperaturas e poderá ser um dos mais intensos já registrados no Brasil, de acordo com previsões meteorológicas. Mudanças climáticas globais, impulsionadas pelo aquecimento do Atlântico Norte e o fenômeno La Niña, apontam para um aumento expressivo de secas e chuvas intensas no país, condições que podem impactar tanto o cotidiano quanto a agricultura e a saúde pública.
Os efeitos do aquecimento global têm sido sentidos em várias partes do mundo, com secas prolongadas, tempestades e ondas de calor mais severas.
O fenômeno La Niña ocorre quando as águas do Pacífico Equatorial esfriam, o que tende a impactar os padrões de chuva e temperatura em várias regiões do Brasil. Em contraste com o El Niño, que aquece o Pacífico, a La Niña costuma favorecer chuvas mais abundantes no Norte e Nordeste, ao mesmo tempo que reduz a precipitação no Sul.
Para o Sul do Brasil, que em 2024 sofreu com intensas chuvas e inundações, a expectativa é de uma redução nos volumes de precipitação. Por outro lado, no Norte e Nordeste, a previsão é de chuvas acima da média, especialmente na região do Matopiba — que engloba Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia —, importante área produtora de grãos.
As altas temperaturas observadas no Atlântico Norte também desempenham um papel importante no cenário climático atual, contribuindo para eventos extremos e modificando padrões climáticos no Brasil. O aquecimento desse oceano, que alcançou temperaturas recordes em 2024, é associado a períodos de seca na Amazônia e a tempestades mais violentas no Sul. Além disso, essa anomalia tem efeitos colaterais, como a intensificação dos sistemas climáticos na América do Sul.
Em 2023, a temperatura média global atingiu um recorde, com média de 24,92°C no Brasil, bem acima da média histórica de 24,23°C, segundo dados da Organização Meteorológica Mundial (OMM).
O verão brasileiro é caracterizado por temperaturas elevadas, dias mais longos e umidade alta. A combinação entre a La Niña e o aquecimento do Atlântico Norte torna o verão de 2025 um período potencialmente desafiador. A tendência de calor extremo, com temperaturas recordes, poderá tornar o ambiente mais desconfortável, exigindo adaptações no consumo de água e energia, especialmente em grandes centros urbanos.
As condições de calor e umidade também afetam diretamente a sensação térmica, com impactos na saúde pública e na qualidade de vida da população.
Enquanto a primavera de 2024 já mostra sinais de um clima mais quente e seco, especialmente no Sudeste, o verão se inicia oficialmente no Brasil em 21 de dezembro de 2024, se estendendo até 20 de março de 2025.
Fonte: O Globo