No dia seguinte ao atentado contra o ex-presidente dos EUA Donald Trump, alvejado na orelha durante um comício republicano na cidade de Butler, na Pensilvânia, uma onda de críticos se voltou contra a atuação do Serviço Secreto americano, responsável pela segurança do candidato em campanha eleitoral. Embora tenham retirado o presidenciável em segurança do local, questionamento sobre a falha de segurança que permitiu o atirador se posicionar a menos de 200 metros e disparar oito vezes contra o palco.
O presidente do Comitê de Supervisão e Responsabilidade da Câmara dos Representantes dos EUA, James R. Comer, afirmou na noite de sábado que o caso será investigado como uma tentativa de homicídio contra o ex-presidente, e afirmou que o painel irá convocar a diretora do Serviço Secreto, Kimberly Cheatle, para prestar depoimento em uma audiência no Legislativo, em 22 de julho.
“Os americanos exigem respostas sobre a tentativa de assassinato do presidente Trump”, comunicou a comissão em uma publicação nas redes sociais.
O atirador, identificado como um jovem de 20 anos, registrado como eleitor do Partido Republicano na Pensilvânia, estava em uma posição elevada do lado de fora do comício, a cerca de 135 metros de distância do palco onde Trump discursava. Ele estava armado com um fuzil AR-15 semiautomático, cujo alcance de um disparo chega a 550 metros.
Embora o Serviço Secreto seja o responsável primário pela segurança do presidente e dos candidatos à Presidência, o evento eleitoral também contava com a atuação de integrantes do FBI, a polícia federal dos EUA, e da polícia local da Pensilvânia.
Em uma coletiva de imprensa na noite de sábado, o agente especial do FBI Kevin Rojek disse ser “surpreendente” que o atirador tenha conseguido abrir fogo no palco antes de o Serviço Secreto o matar. O órgão, equivalente à Polícia Federal nos EUA, abriu uma investigação à título de tentativa de homicídio. O próprio Serviço Secreto e a Agência de Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos dos EUA também realizarão investigações.
— Estamos trabalhando incansavelmente para determinar o motivo (do atentado) — disse Rojek. —Mas serão dias, semanas, meses de investigação.
Apoiadores de Trump afirmaram à veículos de imprensa americanos que informaram autoridades presentes no local sobre um homem armado no telhado da área adjacente ao comício. O palco, em meio a um descampado, tinha poucas construções ao redor. Em um conjunto do que aparentam ser galpões, mais próximos ao presidente, estavam posicionados atiradores das forças de segurança. Fora da área de isolamento, estava posicionado o atirador.
Na manhã deste domingo, o Serviço Secreto dos EUA negou relatos de que a agência rejeitou quaisquer pedidos recentes para aumentar a segurança de Trump.
“Isso é absolutamente falso”, disse Anthony Guglielmi, porta-voz da agência, em uma publicação no X. “Na verdade, adicionamos recursos, tecnologia e capacidades de proteção como parte do aumento do ritmo de viagem da campanha”.
*matéria em atualização
Fonte: O Globo