Temporal no RS: imagens de satélite registraram formação de super conjunto de nuvens

Imagens de satélite registraram em detalhes a formação das super nuvens que provocaram a forte tempestade que atingiu o Rio Grande do Sul na noite desta quarta-feira (15). Uma mulher morreu e outras 57 pessoas ficaram feridas após um centro esportivo desabar, em Giruá, no noroeste do Rio Grande do Sul, de acordo com o Corpo de Bombeiros.
Batizados de Complexo Convectivo de Mesoescala, estes aglomerados de tempestades são identificados a partir de imagens de satélite, e podem atingir de dez a 20 quilômetros de altura. O nome é difícil, mas traduz justamente a união de várias áreas de tempestade em um mesmo sistema, podendo provocar chuvas volumosas, muito vento e granizo. Também não é raro o surgimento de tornados e microexplosões atmosféricas.
— Tudo começa entre a tarde e a noite, quando se formam múltiplas tempestades. Temos a Cordilheira dos Andes, a região do Pantanal como fonte de umidade e calor e a enorme massa de ar quente presa no Centro do país, tudo isso influencia o fenômeno. Esses temporais se fundem e formam esse enorme aglomerado de nuvens, em que uma tempestade ativa a outra — explica a meteorologista do Metsul, Estael Sias.
As imagens mostram, segundo o Metsul, que a atmosfera estava tão úmida na noite desta quarta-feira (15), que Porto Alegre tinha neblina e Santa Maria nevoeiro com visibilidade de apenas 300 metros, mesmo com a temperatura entre 21ºC e 22ºC.
Chamado de Complexo Convectivo de Mesoescala, o fenômeno que provocou a chuva é comum na primavera e caracteriza-se por um grande conjunto de nuvens muito carregadas, em formato circular e de longa duração. Estes aglomerados de tempestades são identificados a partir de imagens de satélite, e podem atingir de dez a 20 quilômetros de altura.
O nome é difícil, mas traduz justamente a união de várias áreas de tempestade em um mesmo sistema, podendo provocar chuvas volumosas, muito vento e granizo. Também não é raro o surgimento de tornados e microexplosões atmosféricas.
Segundo o Metsul, esses sistemas ocorrem em vários continentes, como na América do Norte, Ásia, Europa e África. Mas, é na América do Sul, onde ocorrem aos CCMs mais intensos do mundo, que tendem a se formar entre o Norte e o Nordeste da Argentina, o Paraguai e o Sul do Brasil.
— Essas diferentes cores mostram a temperatura do topo da nuvem. Quando mais negativa a temperatura, que nesse caso chegou a -80 graus celsius, há um indicativo de que vai se formar granizo de diferentes tamanhos e de grande porte, além das fortes correntes de vento. Por isso, esse potencial de destruição gigantesco já estava previsto. Múltiplas tempestades atuando em uma enorme área que atingia Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.
Fonte: O Globo