Starship: SpaceX, de Elon Musk, faz hoje o segundo voo do maior foguete já construído; entenda

Starship montado na plataforma de lançamento em Boca Chica, no Texas

O Starship, da empresa americana SpaceX, decola na manhã deste sábado (17), da pequena cidade de Boca Chica, no estado americano do Texas, para o segundo voo de teste não tripulado. O enorme foguete de 120 metros de altura — composto pelo conjunto Starship (nave) e Super Heavy (booster) — está programado para voar a partir das 10h (horário de Brasília), em uma janela de oportunidade que apenas 20 minutos.

— Starship empilhada para voar. Esta é mais uma oportunidade de colocar a nave em um verdadeiro ambiente de voo, maximizando o quanto aprendemos. O rápido desenvolvimento iterativo é essencial enquanto trabalhamos para construir um sistema de lançamento totalmente reutilizável — disse a empresa.

Foguete mais potente já construído, o Starship tem 120 metros de altura e produz uma força de empuxo de 74,3 mega newtons, mais que o dobro dos foguetes Saturno V utilizados para enviar os astronautas da missão Apollo à Lua. Segundo a empresa, tudo caminha para o lançamento em “meados de novembro”.

O cronograma e perfil de voo divulgados pela empresa para o segundo teste são semelhantes aos do primeiro teste, que ocorreu em abril, com um tempo total de voo de 90 minutos do estágio superior, caso tudo dê certo. No melhor cenário, a nave deve completar quase uma órbita completa em torno da Terra antes de uma reentrada controlada para cair no Oceano Pacífico, perto do Havaí.

A Administração Federal de Aviação dos EUA restabeleceu a licença de lançamento da nave da SpaceX na última quarta-feira (15). A FAA apontou que “a SpaceX atendeu a todos os requisitos de segurança, ambientais, políticos e de responsabilidade financeira”. A empresa de Musk solicitou e recebeu autorização para um lançamento, acrescentou a agência.

Na última semana, a empresa fez uma das últimas montagens do conjunto na base de lançamento. A etapa final de preparação para o voo inclui checagem dos motores, tanques, soldas e instalação do Sistema de Terminação de Voo. Esse sistema é responsável por detonar explosivos caso algum problema surja e seja necessário interromper o teste, como aconteceu no voo de estreia do Starship.

O primeiro voo, em 20 de abril, foi considerado um sucesso pela empresa por não ter destruído completamente a área de lançamento. Mas, o foguete não conseguiu ultrapassar a fase de separação dos dois estágios após apresentar diversas falhas.

Seis dos 33 motores Raptor do booster Super Heavy falharam antes e durante a decolagem, além de vazamentos de combustível que provocaram incêndios no compartimento dos motores. O veículo perdeu o controle pouco mais de dois minutos após o início do voo, em uma altitude de cerca de 39 quilômetros.

Após o acionamento do Sistema de Terminação de Voo, o foguete se desintegrou em uma bola de fogo. Os destroços caíram sobre o Golfo do México, enquanto uma nuvem de poeira flutuava sobre um pequeno povoado a vários quilômetros de distância.

A FAA iniciou rapidamente uma investigação e apontou 63 correções necessárias para que o segundo voo de teste fosse autorizado. Os pontos incluíram “redesenhos de hardware do veículo para evitar vazamentos e incêndios, redesenho da plataforma de lançamento para aumentar sua robustez”, testes adicionais dos sistemas de segurança e mais, informou a agência federal de aviação dos EUA, a FAA, em comunicado, após concluir uma revisão que durou meses.

A nave é a aposta da SpaceX para virar o mercado aeroespacial de cabeça para baixo, com um veículo totalmente reutilizável, capacidade de carga jamais vista anteriormente e que deverá pousar astronautas na Lua, através do programa Artemis, da Nasa, e futuramente em Marte. O contrato com a agência espacial americana prevê uma versão do veículo capaz de alunissar ainda em meados desta década.

Fonte: O Globo