Sistemas de defesa, blindagem e autonomia estendida: conheça Air Force One, aeronave que será usada por Trump

Trump discursa a apoiadores em centro de convenções na Flórida, após projeções na Pensilvânia
Trump discursa a apoiadores em centro de convenções na Flórida, após projeções na Pensilvânia — Foto: Doug Mills / The New York Times

O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump assegurou os 270 delegados necessários e venceu a candidata democrata, e atual vice-presidente, Kamala Harris, nas eleições do país na manhã desta quarta-feira. A partir de 20 de janeiro, o dia da posse, o republicano e milionário voltará a ter acesso ao salário de chefe do Executivo americano. Mas afinal, como vive um presidente dos EUA?

Como um funcionário do governo americano, além de receber um salário cujo valor anual é de US$ 400 mil (R$ 2,2 milhões), isto é, US$ 33 mil por mês (R$ 190 mil), segundo o Código de Leis americano, o novo presidente dos Estados Unidos também contará com transporte gratuito na limusine presidencial, no Marine One (helicóptero oficial) e no Air Force One (avião oficial) e, claro, a moradia na Casa Branca.

O icônico Air Force One, avião presidencial dos Estados Unidos, terá uma atualização esperada há anos, mas o novo modelo VC-25B só deve ficar pronto entre 2027 e 2028. Atualmente, essa função é cumprida por duas aeronaves Boeing 747-200, designadas VC-25A pela Força Aérea Americana, em operação desde 1991, no governo de George H. Bush. Com mais de três décadas em serviço, a substituição dessas aeronaves tornou-se cada vez mais urgente para atender às demandas tecnológicas e de segurança do transporte presidencial.

A necessidade de renovação levou o então presidente Donald Trump, em 2018, a firmar um contrato de US$ 3,9 bilhões com a Boeing para a construção dos novos VC-25B. Entretanto, o projeto enfrenta sucessivos atrasos e desafios financeiros e logísticos, adiando em vários anos o prazo inicial, que previa o início de operação para dezembro de 2024.

O contrato foi feito com custo fechado, sem margem para aumentos, mas a Boeing enfrenta um prejuízo estimado em US$ 2 bilhões devido a custos inesperados e complexidades técnicas.

Os novos aviões presidenciais são baseados no modelo Boeing 747-8, originalmente destinado ao transporte comercial, mas comprado pela Força Aérea Americana da companhia aérea russa Transaero Airlines, que faliu antes de receber as aeronaves. A conversão para o padrão Air Force One exige um extenso processo de adaptação, incluindo sistemas de defesa, comunicação segura e autonomia estendida.

Entre as principais modificações, estão a instalação de sistemas de comunicação de segurança e militares para proteger dados sensíveis, até mesmo durante o voo; melhoria na capacidade de reabastecimento. E, por último, mas não menos importante, equipamentos especializados, como contramedidas eletrônicas e blindagem para resistir a ameaças externas.

Outro detalhe que trouxe atenção ao projeto foi a questão da pintura. Durante o primeiro governo Trump, houve a proposta de mudar o esquema clássico azul e branco para uma combinação mais intensa de vermelho, branco e azul, inspirada na bandeira americana. Com a eleição de Joe Biden, a proposta foi arquivada, e o design tradicional foi mantido. Agora, com o retorno de Trump à presidência, surge a expectativa de que ele possa retomar sua ideia de cores mais vibrantes para o novo Air Force One.

Há ainda um subsídio anual de U$ 50 mil (R$ 285 mil) para cobrir despesas relacionadas à função, mais US$ 19 mil (R$ 108 mil) para entretenimento e também o acesso a uma conta de viagem não tributável de US$ 100 mil (R$ 570 mil), de acordo com um levantamento da rede CNBC.

A fim de comparação, o americano médio recebe um total anual de US$ 59,5 mil (R$ 338 mil), segundo a Secretaria de Estatísticas Trabalhistas dos EUA com dados de 2023.

E as vantagens não acabam com o fim do mandato. Depois de deixar o cargo, todos os ex-presidentes recebem uma pensão anual de cerca de US$ 200 mil (R$ 1,1 milhão), além de cobertura de saúde e viagens oficiais remuneradas.

A pensão, instituída pelo Former Presidents Act de 1958, só não é concedida em casos excepcionais, como quando um presidente é destituído do cargo e condenado no processo de impeachment (o que nunca aconteceu até agora), ou uma renúncia voluntária dos benefícios. Caso contrário, a pensão é mantida até o falecimento do ex-presidente. A viúva ou viúvo também pode receber uma pensão, mas em um valor menor, atualmente em torno de US$ 20 mil (R$ 114 mil) por ano.

Já o valor que JD Vance ganhará na função de vice-presidente é mais incerto. Atualmente, a vice-presidente, Kamala Harris, ganha um valor anual de cerca de US$ 235 mil (R$ 1,3 milhão). Porém, diferentemente do salário do chefe do Executivo, esse valor está mais sujeito a mudanças, uma vez que não está descrito na Constituição, nem definido como um valor explícito no Código Tributário.

A primeira-dama, Melania Trump, por sua vez, não recebe nenhum valor do governo. Embora desempenhem funções públicas, representem o país em eventos oficiais e apoiem causas sociais, o cargo não é formalmente reconhecido como uma função pública paga. No entanto, há acesso a recursos e suporte logístico, com uma equipe de apoio exclusiva, além da moradia na Casa Branca e os benefícios que vêm com o presidente.

Fonte: O Globo

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