Sistema de espionagem israelense Pegasus foi usado contra jornalistas, ativistas e políticos ao redor do mundo

Milhares de jornalistas, empresários, defensores de direitos humanos, líderes religiosos e até chefes de Estado de dezenas de países tornaram-se  potenciais alvos de espionagem por meio de um programa desenvolvido por uma empresa de Israel que infecta celulares, revela uma investigação conduzida por 17 meios de comunicação ao redor do mundo e publicada neste domingo.

O consórcio investigativo, que inclui publicações como o Guardian, o Washington Post e o Le Monde, teve acesso a uma lista com mais de 50 mil números de telefone em mais de 45 países selecionados desde 2016 como de “pessoas de interesse” por meio do sistema Pegasus, criado pela firma israelense NSO Group.

Após infectar iPhones e celulares Android, o equipamento — que inclui um software e um hardware — permite que seus operadores secretamente tenham acesso a mensagens, fotos e e-mails, escutem chamadas e ativem microfones e câmeras.

A lista não identifica os clientes do NSO Group, mas relatórios indicam que estavam concentrados em 10 países, entre regimes autocráticos (Arábia Saudita, Bahrein, Emirados Árabes e Marrocos), democracias (Índia e México), um membro da União Europeia (Hungria), um país africano (Ruanda) e as ex-repúblicas soviéticas Azerbaijão e Cazaquistão.

A lista de jornalistas selecionados para espionagem passa de 180 nomes, e inclui funcionários de meios de comunicação como CNN, New York Times, al-Jazeera, France 24, El País, Le Monde, Economist, Guardian e as agências AFP,  Associated Press, Reuters  e Bloomberg,  entre outros.

Não é possível saber quantos dos 50 mil números de fato foram invadidos. A presença na lista indica uma intenção de invasão, mas não revela se houve uma tentativa nem se ela, se tiver ocorrido, foi bem-sucedida. A lista foi inicialmente obtida pela ONG de mídia sediada em Paris Forbidden Stories e pela Anistia Internacional.

Do Globo

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