Serras do Agreste Potiguar crescem como opção de destino turístico

Um novo destino turístico se fortaleceu no Rio Grande do Norte desde o ano passado. São as Serras do Agreste Potiguar, em Passa e Fica, Serra de São Bento e Monte das Gameleiras, que com suas belezas naturais e clima frio têm atraído turistas e mudado o cenário econômico local. Só em Serra de São Bento, o número hóspedes mais do que triplicou em 2018 e os leitos, que antes eram 150, subiram para 250 no total. O faturamento da rede de pousadas saiu de R$ 2 milhões para R$ 5 milhões, enquanto os visitantes cresceram de 30 mil para 80 mil.

Os resultados em Serra de São Bento também são vistos no número de agentes de viagens: antes eram 15, agora são mais de 50. Em Passa e Fica, Janine Ramos foi a primeira a abrir uma agência. Por meio do projeto de dinamização do turismo, realizado pelo Governo do Estado nas três cidades, ela pôde se capacitar e hoje é dona do próprio negócio. “Aproveitei todos os cursos que estavam abertos na área de turismo, me formalizei e hoje vivo da minha agência de viagens, que é a primeira da cidade”, diz, orgulhosa.

O projeto foi realizado por meio do Governo Cidadão, Secretaria de Turismo e Banco Mundial, e teve duração de 18 meses. Incluiu a contratação de uma consultoria, o IABS, que elaborou um estudo sobre os potenciais das serras, realizou oficinas, capacitações, concurso cultural, com o objetivo de enraizar na comunidade a importância do turismo. Nesta quarta-feira (10), uma equipe do Banco junto ao secretário de Gestão de Projetos Fernando Mineiro, secretária de Turismo Ana Maria Costa e demais técnicos pôde conhecer os resultados in loco.

O investimento na região também envolveu a capacitação de 180 pessoas em cursos de elaboração de roteiros, técnica de guiamento em geoturismo, qualidade em serviços turísticos, boas práticas na manipulação de alimentos, controles gerenciais para a hotelaria, turismo de aventura e inglês. A rede de agricultura familiar também se fortaleceu, com a criação da Central de Comercialização e do selo “Se é da terra, tem valor”, distribuído aos bares, restaurantes e pousadas que compram produtos dessa natureza.

Mineiro fez questão de destacar que o turismo é um dos pilares do programa de governo da professora Fátima Bezerra. “É preciso avançar ainda mais na interiorização, através de uma ação articulada entre os atores do turismo, do artesanato, da agricultura familiar, porque não podemos pensar o turismo do Rio Grande do Norte sem essas outras áreas”, disse.

“É gratificante ver como as pessoas se empenharam em melhorar a qualidade do recebimento dos turistas e como isso foi bem trabalhado com os jovens, para que deem frutos no futuro. Vocês têm aqui uma condição privilegiada e por isso é importante a sustentabilidade de um projeto como este, para que o turista venha, fique e gaste, gerando renda no município”, destacou a gerente do Banco Mundial, Fátima Amazonas.

A visita desta quarta-feira incluiu passagem por empreendimentos turísticos em Passa e Fica e Serra de São Bento, além da Casa do Artesão. Ao final, dois grupos folclóricos de Passa e Fica fizeram uma apresentação para a comitiva, que também contou com a participação do representante da Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA), Kazuaki Komazawa.