Sem pagar 13º de professores, governador de Minas Gerais propõe aumento de 42% para policiais

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), propôs dar um aumento salarial de 41,7% para policiais civis e militares dividido em três parcelas. A decisão ocorre em meio à crise fiscal no estado, que está sem pagar o 13º dos funcionários públicos com remuneração acima de R$ 2.500. Se enquadram neste grupo os 200 mil professores que estão em greve. O ano letivo nas escolas estaduais, previsto para ter início esta semana, não começou.

De acordo com o projeto de Zema enviado à Assembleia Legislativa, a primeira parcela de 13% de aumento para os policiais civis e militares será feita daqui a seis meses, em julho de 2020, mais 12%, em setembro de 2021, e 12% em setembro de 2022. Ao final, a iniciativa terá um custo estimado de R$ 9 bilhões, de acordo com o próprio governo estadual. A dívida atual de Minas Gerais é de cerca de R$ 230 bilhões.

Os policiais civis e militares são as únicas categorias de funcionários que recebem os salários sem atrasos em Minas Gerais, e já receberam integralmente o 13º de 2019. Há cinco anos Minas Gerais convive com déficits no orçamento, desde a gestão do petista Fernando Pimentel. Em 14 meses de governo, Zema não conseguiu equilibrar o rombo do estado.

Este ano, com uma receita de R$ 103 bilhões e despesas de R$ 116 bilhões, a estimativa de déficit de R$ 13 bilhões. Desde fevereiro de 2016, os salários dos cerca de 460 mil funcionários públicos do estado são pagos com atraso.

Nesta quarta-feira (12), 24 horas após os deputados estaduais receberem sua proposta de aumento salarial para a área de segurança, Zema disse, em rede social, que a greve dos professores estaduais não vai resultar em reajuste para os profissionais de educação e pediu “sacrifícios” aos professores. “Lamento pela greve [dos professores] e conto com o sacrifício dos profissionais da área”, disse no Twitter.

Do Uol