Saída de Joice da liderança do governo no Congresso mostra que PSL “não tem identidade partidária”, avalia cientista político

O presidente Jair Bolsonaro decidiu retirar a deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP) da liderança do governo no Congresso nesta quinta-feira (17). O substituto será o senador Eduardo Gomes, do MDB do Tocantins. Para o cientista político Eduardo Grinn, a mudança é consequência dos problemas estruturais do PSL, partido que tem a maior bancada no Congresso.

Primeiro, um reflexo da incapacidade que o PSL tem de se sustentar mais do que uma legenda superficial, que abrigou um conjunto muito heterogêneo de lideranças políticas, sem nenhum tipo de identidade partidária, programática e ideológica, que não fosse aproveitar a oportunidade eleitoral de se eleger em um movimento que levou o Bolsonaro a ser eleito”, disse.

Além disso, o cientista político ressalta outros motivos para a saída Joice Hasselmann. De acordo com Eduardo Grinn, a saída da deputada da liderança do governo também pode ter relação com a possibilidade de disputa da prefeitura de São Paulo.

Ela, há muito tempo, já se manifestou seu interesse em ser candidata. Então, começou a sinalizar a discussão de buscar ser candidata pelo DEM. Inclusive, ela já levando adiante a própria discussão da fusão do PSL com o DEM. Então, claramente, isso significou para o Bolsonaro uma senha clara de que a Joice não era mais aliada aos seus interesses, razão pela qual ele a destituiu do comando da liderança do governo no Congresso”, relata.

Nas redes sociais, Joice disse que deixou a liderança no Congresso com sentimento de dever cumprido. “Continuo firme no combate à corrupção e apoio o presidente Jair Bolsonaro enquanto ele realmente quiser combater a corrupção, sem jeitinho, sem flexibilizar, sem carteiradas, sem protecionismo a quem quer que seja. Se houver esse compromisso mantido com o Brasil, seguiremos juntos”, escreveu a parlamentar.