Reposição hormonal reduz risco de Alzheimer em mulheres, mostra estudo

Reposição hormonal pode reduzir risco de Alzheimer em mulheres, mostra um estudo publicado na revista científica Alzheimer’s Research y Therapy.

A pesquisa indica que a terapia funciona naquelas senhoras que têm o gene APOE4. A estimativa é que uma a cada quatro mulheres tenham esse gene.

“Isso é realmente importante porque há opções de medicamentos muito limitadas para a doença de Alzheimer há 20 anos e há uma necessidade urgente de novos tratamentos”, disse  Rasha Saleh, da Norwich Medical School da UEA.

Reposição no início da menopausa

A pesquisa, que foi feita a partir da observação de formulários e exames de mulheres com mais de 50 anos, em 10 países, que iniciaram a reposição hormonal sem terem o diagnóstico de demência.

De acordo com os primeiros resultados, a reposição hormonal é mais eficiente se introduzida no início da menopausa ou durante a perimenopausa (a transição do corpo para a menopausa)

A professora Anne-Marie Minihane, da Norwich Medical School da UEA e diretora do Norwich Institute for Healthy Aging da UEA, no Reino Unido, liderou o estudo em colaboração com o professor Craig Ritchie da Universidade de Edimburgo, na Escócia.

Estudos

Para o estudo, foram testadas 1.178 mulheres que participaram da iniciativa europeia de prevenção da demência de Alzheimer. O projeto abrangeu 10 países.

Mulheres sem diagnóstico de demência com mais de 50 anos participaram da pesquisa. A equipe estudou seus resultados para analisar os impactos da reposição hormonal em mulheres portadoras do genótipo APOE4 .

Para a pesquisa, foram analisadas as associações com cognição e volumes cerebrais usando exames de ressonância magnética.

“A próxima etapa desta pesquisa será realizar um teste de intervenção para confirmar o impacto de iniciar a TRH [terapia hormonal] precocemente na cognição e na saúde do cérebro. Também será importante analisar quais tipos de TRH [terapia hormonal] são mais benéficos”, afirmou o pesquisador Michael Hornberger.

Para Craig Ritchie, outro cientista que integrou a pesquisa, é fundamental prosseguir com os testes para verificar os efeitos na cognição e nas alterações cerebrais no que se refere à reposição hormonal.

Risco maior em mulheres

Estudos anteriores mostram que há um risco maior de demência em mulheres do que em homens e que a queda do estrogênio durante a menopausa é um dos possíveis fatores que aceleram o desenvolvimento da doença.

A partir disso, nesta nova pesquisa, os cientistas buscaram analisar se a reposição hormonal do estrogênio durante a menopausa em mulheres portadoras do APOE4 diminui as chances delas desenvolverem Alzheimer.

“Sabemos que 25% das mulheres no Reino Unido são portadoras do gene APOE4 e que quase dois terços dos pacientes com Alzheimer são mulheres”, afirmou Minihane.

A professora acrescentou ainda que: “Acredita-se que a razão por trás da maior prevalência feminina esteja relacionada aos efeitos da menopausa e ao impacto do fator de risco genético APOE4 sendo maior nas mulheres”.

Com informações do Sciency Daily