Relembre as idas e vindas das negociações até saída de brasileiros de Gaza

Grupo de 33 brasileiros resgatados pelo governo que estavam na Cisjordânia
Grupo de 33 brasileiros resgatados pelo governo que estavam na Cisjordânia — Foto: Divulgação/Planalto

Muitas negociações foram necessárias até a saída dos brasileiros de Gaza neste domingo. Só na última quarta-feira o primeiro grupo recebeu autorização para deixar o enclave palestino, desde o atentado do Hamas em 7 de outubro e do início dos bombardeios israelenses. Apenas caminhões com ajuda humanitária haviam entrado em Gaza.

Até quarta feira, nenhum brasileiro havia sido incluído nas seis listas de pessoas liberadas para cruzar para o Egito pela passagem de Rafah, frustrando as expectativas do governo, que vinha pressionando diariamente as autoridades israelenses pela liberação. Ao todo, são 24 brasileiros, 7 palestinos com residência no Brasil e 3 parentes próximos que esperavam na fronteira em Rafah. Antes, mais de mil brasileiros que estavam em Israel e na Cisjordânia já haviam sido repatriados.

Na quinta-feira, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, ligou para o chanceler de Israel, Eli Cohen. Após a conversa, o Itamaraty divulgou, em uma publicação no X (antigo Twitter) que o ministro israelense havia garantido que os brasileiros seriam incluídos na lista de estrangeiros autorizados a deixar Gaza que seria divulgada nesta sexta-feira. O telefonema foi o quarto contato entre os dois ministros para tratar do assunto.

As negociações envolveram também conversas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com os presidentes de Israel, Isaac Herzog; do Egito, Abdul Fatah Khalil Al-Sisi; e da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas.

Segundo interlocutores do governo brasileiro, havia um jogo de empurra entre israelenses e egípcios. No último fim de semana, por exemplo, a Embaixada de Israel em Brasília divulgou uma nota responsabilizando o Hamas pela demora na autorização.

O chanceler Mauro Vieira falou pelo menos cinco vezes sobre o assunto com o chanceler egípcio, Sameh Shoukry. Na última segunda-feira, Vieira conversou com o primeiro-ministro e ministro das Relações Exteriores do Qatar, Mohammed bin Abdulrahman Al-Thani; e o chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Antony Blinken.

No último sábado, o assessor para assuntos internacionais da Presidência da República, Celso Amorim, falou com o conselheiro de segurança nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan. Ele fez um apelo para que os americanos ajudassem o Brasil a retirar seus cidadãos, que são em menor número que os dos EUA e da União Europeia. Além de Jake Sullivan, Amorim conversou com o primeiro-ministro da Noruega, Jonas Gahr Støre.

A passagem de Rafah, que liga o norte de Gaza ao Egito é administrada pelo governo egípcio, mas as movimentações de entrada e saída também passam por autorização israelense. O Hamas, de acordo com Israel, também tem participação na escolha.

Fonte: O Globo

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