Diante da ação da torcida do Atlético de Madrid contra o atacante Vinicius Junior, a Comissão Estatal contra a Violência, Racismo, Xenofobia e Intolerância no Esporte da Espanha decidiu marcar uma reunião extraordinária na próxima segunda-feira, na sede da Procuradoria Geral do Estado, em Madri.
— Nessa reunião, serão discutidos os episódios desprezíveis de violência que continuam ocorrendo no meio esportivo e social, e que a (Comissão) Antiviolência condena veementemente — afirmou a comissão, em nota.
O órgão também cobrou das entidades esportivas e das torcidas de futebol que respeitem a integridade, a dignidade e os valores que representam o esporte.
Um boneco com a camisa de Vinicius Junior foi pendurado pelo pescoço em uma ponte da capital da Espanha nesta quinta-feira. Atlético de Madrid e Real Madrid se enfrentam no mesmo dia pelas quartas de final da Copa do Rei.
Acima, torcedores estenderam uma faixa com a frase “Madrid odeia o Real”, lema da organizada do Atlético. Em nota oficial divulgada na manhã desta quinta-feira, o Atlético condenou o ato de racismo feito por seus torcedores, e o Real pediu punição. A LaLiga, a Federação Espanhola e outras entidades também repudiaram o ocorrido.
A liga espanhola denunciou quatro manifestações racistas e de ódio contra o atacante brasileiro nos últimos anos.
Essa comissão é a mesma que está trabalhando para identificar os autores de insultos racistas a Vini Jr no jogo entre Real Madrid e Valladolid, do dia 30 de dezembro, pelo Campeonato Espanhol.
Sindicato apoia Vini Jr
O sindicato de jogadores de futebol da Espanha (AFE) também demonstrou seu apoio a Vinicius Junior e emitiu um alerta sobre o aumento do número de casos do tipo no país.
— Sempre condenamos qualquer ato que incite a violência. Está se produzindo nos últimos meses um aumento de casos preocupantes, como o que houve hoje com o nosso companheiro Vinicius. Condenamos esse episódio inadmissível — declarou o sindicato, em nota.