Presidente do Irã desembarca na Arábia Saudita para participar de cúpula sobre guerra em Gaza

Presidente do Irã, Ebrahim Raisi, ao centro, falando com um clérigo muçulmano antes de embarcar em uma aeronave que partia do Aeroporto Internacional Mehrabad, em Teerã, para a Arábia Saudita.

O Presidente iraniano Ebrahim Raisi chegou à capital saudita, Riad, para participar de uma cúpula destinada a discutir a guerra entre Israel e o Hamas.

Ele foi recebido pelo príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, em seu primeiro encontro desde que a Arábia Saudita e o Irã concordaram em restaurar as relações diplomáticas ainda este ano. A visita também marca a primeira vez em 11 anos que um presidente iraniano visita o Reino.

— Gaza não é uma arena para palavras. Deveria ser para ação. Hoje, a unidade dos países islâmicos é muito importante — disse Raisi à agência de notícias Reuters, no aeroporto de Teerã antes de partir para a cúpula.

A Arábia Saudita iria receber dois encontros extraordinários no fim de semana, o da Organização de Cooperação Islâmica e o de participantes da Liga Árabe. Mas o Ministério das Relações Exteriores saudita anunciou no sábado que elas seriam realizadas de forma conjunta em resposta às “circunstâncias sem precedentes em Gaza”.

A decisão destaca a necessidade de alcançar “uma posição coletiva unificada que expresse a vontade comum árabe e muçulmana em relação aos eventos perigosos e sem precedentes observados em Gaza e nos territórios palestinos”, afirmou a agência de imprensa saudita.

Os líderes dos países participantes irão trabalhar para “unir esforços e chegar a uma posição coletiva unificada” sobre os acontecimentos em Gaza, de acordo com o Ministério das Relações Exteriores saudita.

O secretário-geral adjunto da Liga Árabe, Hossam Zaki, disse na quinta-feira que abordarão “o caminho a seguir na cena internacional para pôr fim à agressão, apoiar a Palestina e seu povo, condenar a ocupação israelense e responsabilizá-la por seus crimes”.

O Presidente turco Tayyip Erdogan, o Emir do Catar, Sheikh Tamim bin Hamad Al Thani, e o Presidente sírio Bashar al-Assad também estarão presentes.

A Síria foi readmitida na Liga Árabe, uma organização de países do Oriente Médio e África, e na Organização para a Libertação da Palestina em maio, após uma ausência de 11 anos.

Até agora, Israel e seu principal aliado, os Estados Unidos, rejeitaram os pedidos de um cessar-fogo, uma posição que provavelmente receberá críticas na cúpula de Riad.

Teerã apoia o Hamas, mas também o grupo libanês Hezbollah e os rebeldes houthis do Iêmen, que também lançaram hostilidades contra Israel, aumentando o temor de uma expansão do conflito.

A monarquia saudita, que mantém laços estreitos com os Estados Unidos e planejava normalizar suas relações com Israel antes da guerra, teme ser alvo desses confrontos, segundo analistas.

O príncipe herdeiro e líder de fato do reino, Mohamed bin Salman, denunciou na sexta-feira as “contínuas violações do direito internacional humanitário pelas forças de ocupação israelenses”.

Fonte: O Globo