Prejuízos acima de R$ 12 milhões: suspeitos presos usaram caixas d’água para saquear equipamentos durante enchente no RS

Imagens flagraram suspeitos levando equipamentos roubados em caixas d'água durante enchente no RS
Imagens flagraram suspeitos levando equipamentos roubados em caixas d'água durante enchente no RS — Foto: Polícia Civil RS

Uma grande operação integrada entre as polícias Civil, Federal e Brigada Militar, no Rio Grande do Sul, resultou, nesta quarta-feira (29), na prisão de nove suspeitos que, de acordo com os investigadores, teriam se aproveitado do período inicial da maior catástrofe da história gaúcha para saquear e assaltar empresas. Dois deles são pai e filho. Os policiais afirmam que os criminosos roubaram pelo menos duas toneladas de equipamentos de companhias dos ramos farmacêutico, de tecnologia, alimentício, entre vários outros, na cidade de Eldorado do Sul, um polo produtor do estado. O prejuízo entre materiais levados e destruídos, segundo os empresários, ultrapassa R$ 12 milhões.

As investigações da chamada Operação Aharadak mostraram que os membros da organização criminosa, além dos furtos, praticava também roubos com ameaça e uso de armas de fogo. Algumas empresas atacadas pelos bandidos acolhiam pessoas desabrigadas por conta das chuvas. A delegada de Polícia Civil Luciane Bertoletti, à frente do caso, conta que, com a enchente, os criminosos usaram tonéis de lixo e até caixas d’água para levar os itens roubados.

— Deixaram um prejuízo milionário. As empresas ainda não conseguiram contabilizar tudo, mas algumas estimam prejuízo de R$ 1,5 milhão, outras R$ 500 mil… uma delas fala numa perda de R$ 12 milhões. Porque, além dos itens roubados, houve muita depredação. Farmacêuticas, por exemplo, tiveram equipamentos muito caros levados ou quebrados — afirma. — As imagens mostram que eles usaram caixa d’água para levar os roubos, no meio da enchente, além de tonéis de lixo.

Além dos nove presos nesta quarta-feira, as investigações já tinham resultado na prisão de outros 22 suspeitos. De acordo com a delegada, os criminosos atuavam por vezes de forma integrada e, outras vezes, não.

— Foram várias ações. Em algumas delas, eles empregaram violência, usando até armas de fogo. Nessas empresas, alguns funcionários e proprietários estavam no local, foram ameaçados e tiveram que entregar os materiais — acrescenta a delegada. — Vários saques, em várias empresas, em dias distintos e horários distintos. Em grupos às vezes organizados e às vezes separados. O pai e o filho que foram presos, por exemplo, aparecem em duas ações criminosas.

Algumas empresas vítimas, inclusive, acolhiam pessoas desabrigadas em razão das enchentes quando foram atacadas.

— A ordem é tolerância zero e prender todos os canalhas que aproveitaram desse momento de calamidade para praticar crimes — disse o secretário de secretário de Segurança Pública do RS, Sandro Caron, durante coletiva de imprensa sobre a ação. — Eles agiram exatamente nos primeiros dias de calamidade, quando a segurança pública teve que voltar suas atenções para salvar a vida das pessoas.

Ao todo, foram cumpridas 33 ordens judiciais, entre 25 mandados de busca e apreensão e oito mandados de prisão preventiva. A princípio, havia oito alvos de mandados de prisão, mas nove foram presos. Os policiais apreenderam ainda drogas, já que alguns desses suspeitos tinham envolvimento com o tráfico.

Fonte: O Globo

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