Prejuízo no Ar: estatal ligada ao Ministério das Comunicações consome 500 milhões de reais por ano e emprega vários apadrinhados

Com mais de 2 000 funcionários, a EBC é a típica estatal estrangulada pela folha de pagamento e custos de manutenção. Ainda segundo a reportagem da Revista Veja, dos 483 milhões de reais do orçamento deste ano, 345 milhões estão destinados a gastos com pessoal e benefícios e 102 milhões ao custeio da máquina. Em maio, ela foi incluída em estudos do Programa de Parcerias e Investimentos, mas, com a atual estrutura, a audiência ínfima e o quadro inchado de funcionários, há no governo quem duvide da viabilidade de uma privatização. O presidente, segundo interlocutores, ordenou que, por ora, a empresa tenha o tamanho reduzido. “Não há que se falar em privatização se a gente não lapidá-­la. A EBC é um canhão de comunicação que, se bem trabalhada, pode ser uma pérola. No momento não está sendo”, diz um assessor do presidente. “O governo poderia passar muita coisa boa e passa desenho animado o dia inteiro, quem é que teria interesse em comprar? Não vale nada”, completa a mesma fonte.

Enquanto analisa como se livrar do abacaxi, o governo preenche o quadro de diretores da EBC usando o mesmo critério de outros cargos do alto escalão. A preferência é pela turma da farda. Dos seis diretores, três são militares, incluindo o presidente, general Luiz Carlos Pereira Gomes, e o diretor-geral, coronel Roni Baksys. A diretora de jornalismo é casada com um capitão do Exército. Três coronéis ocupam cargos de chefia. No Conselho de Administração estão dois militares. Aliados do governo, como o ex-secretário especial de Comunicação Floriano Amorim e a youtuber bolsonarista Karol Eller, são comissionados na estatal.

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