Perdas No Rio Grande do Norte, desvios de água causam prejuízo de R$ 110 milhões ao ano

De toda a água que chega às torneiras dos potiguares, cerca de 46,3% é “perdida” no processo, principalmente em decorrência do uso de ligações clandestinas pela população. O número, da mais recente Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), está acima da média nacional, que é de 38,9%. O impacto é sentido pelas comunidades que sofrem com a falta do líquido e, sobremaneira, pela Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern) que, anualmente, deixa de arrecadar cerca de R$ 110 milhões em função dessas perdas. 

Elas não dizem respeito exclusivamente a um desperdício de água propriamente dito: de acordo com o diretor-presidente da Caern, Roberto Linhares, entre 80% e 90% do valor “perdido”, na verdade, representa perdas comerciais para a Companhia, e não ausência de água nas residências potiguares. “Essa água é consumida de forma irregular. Famílias fazem ligações clandestinas, o famoso “gato”, e continuam recebendo a água sem efetuar os pagamentos à Companhia”, explica.
 
O índice de 46,3% de esbanjamento já foi maior. No ano passado, de acordo com Roberto Linhares, o Rio Grande do Norte “perdia” mais de 50% da água distribuída. Apenas em Natal, cerca de 40 mil domicílios constam fora da rede de distribuição da Caern. “Não tem sentido ter 40 e poucos mil imóveis em Natal que não estão recebendo água. Nós sabemos que a maioria deles não está desligada de fato ou sem gente lá dentro, mas sim recebendo água a partir de uma ligação irregular”, afirma Linhares. 
 
Da Tribuna do Norte