‘Pagodeiro do Hezbollah’: saiba quem é o músico suspeito de integrar grupo terrorista

Suspeito de ter sido um dos recrutados pelo grupo terrorista Hezbollah, Michael Messias, de 43 anos, foi preso

Terceiro preso na operação Trapiche, que investiga o recrutamento de terroristas no Brasil para atuar sob o comando do Hezbollah, Michael Messias possui condenação por roubo a mão armada a um estabelecimento comercial no Rio de Janeiro. O suspeito, de 43 anos, que foi alvo de um mandado de prisão temporária nesse domingo por ter tido contato n Líbano com Mohamad Khir Abdulmajid, negou à PF envolvimento com o grupo terrorista. Em seu depoimento à Polícia Federal (PF), Messias afirmou que por ser músico, foi chamado para realizar shows de pagode no Líbano.

O suspeito alegou ainda nunca ter recebido qualquer tipo de proposta para colaborar com o terrorismo.

O inquérito da PF investiga o possível aliciamento de brasileiros para a prática de atos extremistas contra alvos específicos em sinagogas e centros judaicos no país. Ao todo, foram 12 mandados de busca e apreensão e três de prisão em Minas Gerais, São Paulo, Distrito Federal, Goiás, além do Rio.

Segundo um levantamento feito pelo GLOBO, em 4 de julho de 2005, Messias e outro homem foram presos em flagrante por policiais militares no Flamengo, na Zona Sul do Rio. Os dois foram levados à 10ª DP (Botafogo) e autuados por roubo a uma padaria, receptação e porte de arma de fogo.

Na delegacia, as vítimas relataram que foram trancadas pela dupla no freezer enquanto roubavam R$ 3 mil do estabelecimento. Ambos foram condenados a três anos, seis meses e 20 dias de prisão.

De acordo com a Polícia Federal, caso seja confirmada a ligação de brasileiros com o Hezbollah, os recrutadores e os recrutados devem responder pelos crimes de constituir ou integrar organização terroristas e de realizar atos preparatórios de terrorismo, cujas penas máximas, se somadas, chegam a 15 anos e 6 meses de reclusão.

Os crimes previstos na Lei de Terrorismo são equiparados a hediondos, considerados inafiançáveis, insuscetíveis de graça, anistia ou indulto, e o cumprimento da pena para esses crimes se dá inicialmente em regime fechado, independentemente de trânsito em julgado da condenação.

Como revelou a colunista Bela Megale, a PF concluiu que a ação deflagrada na semana passada interrompeu uma rede que seria formada no Brasil pelos chamados “proxies”, que são uma espécie de “terroristas por procuração”.

Segundo investigadores, esse segmento é formado por mercenários, ou seja, pessoas movidas por dinheiro e que, em contrapartida financeira, realizam ações operacionais e de logística para organizações terroristas. Entre esses trabalhos estão o levantamento de locais e o recrutamento de pessoas para ataques, além de compras de armas e explosivos. Por isso, os alvos buscados pelo grupo no Brasil tinham antecedentes criminais.

Fonte: O Globo