Operador de Cabral vira delator e cita mesada de R$ 150 mil para Pezão

Brasília - O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, fala à imprensa após reunião com o presidente Michel Temer, no Palácio do Planalto (Antonio Cruz/Agência Brasil)

O delator Sérgio de Castro Oliveira, vulgo Sergião, disse na tarde desta terça, 14, que o ex-governador do Rio Luiz Fernando Pezão recebia mesadas de até R$ 150 mil quando era secretário no governo de Sérgio Cabral. Ele ocupou as pastas de Obras e Infraestrutura, além de ter sido vice-governador.

Sergião prestou depoimento na 7a Vara Federal Criminal do Rio, ao juiz Marcelo Bretas. Ele já vinha colaborando com as investigações, mas agora virou oficialmente delator.

O interrogatório se deu no âmbito da Operação Boca de Lobo, que prendeu Pezão em novembro de 2018. O ex-governador chegou a comparecer à Vara para depor nesta tarde, mas, por um aspecto técnico ligado à delação premiada de Sergião, o depoimento foi suspenso por Bretas, que mostrou insatisfação com o Ministério Público Federal por uma suposta demora na análise do conteúdo da delação.

Conforme determinou recentemente o Supremo Tribunal Federal (STF), as defesas de réus têm que ter acesso às delações para, então, serem ouvidas por último no processo. Os advogados de Pezão ainda não pegaram o material entregue por Sergião ao MPF.

Segundo o delator, o dinheiro era entregue entre os dias 15 e 20 do mês. “Se passasse muito, tinha reclamação”, afirmou Sergião. De acordo com ele, a mesada começou em R$ 50 mil no início do governo Cabral e chegou a R$ 150 mil. O pagamento seria uma forma de parabenizar os secretários pelo bom trabalho realizado.

A operação Boca de Lobo é um desdobramento da Lava Jato fluminense. O ex-governador é acusado de dar continuidade ao esquema de corrupção de seu antecessor e aliado, o também emedebista Sérgio Cabral, preso desde novembro de 2016 e cujas penas já somam 267 anos de detenção.

Do Estadão

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