Onda de calor: picolés de frutas, carne e até sangue refrescam animais em zoológicos pelo Brasil; fotos

Com a oitava onda de calor no ano resultando em altíssimas temperaturas desde o final de semana, até mesmo os animais precisam de alternativas de refresco. Pensando nisso, parques do país vêm optando por oferecer produtos como picolés— de diferentes sabores, das frutas ao sangue — aos bichos. É o caso do Zoológico de Catanduva, em São Paulo. Entre as medidas colocadas em prática, estão o oferecimento de alimentos gelados, de carnes, e a manutenção dos recintos molhados.
— Como está muito quente, ofertamos o sorvete com frutas e água de coco. Carnívoros fazemos com água e carne. Além disso, costumamos molhar recintos para deixar fresquinho, eles adoram e é uma forma de enriquecimento ambiental. Tira da mesmice e traz curiosidade — disse Ana Paula Aredes, funcionária do zoológico, ao g1.
Em setembro deste ano, quando o país também vivia uma onda de calor, desde o leão Simba à elefanta Koala do BioParque do Rio puderam provar os sorvetes que ajudaram a tornar mais fresco o dia deles.
Na época, a organização do parque explicou que a ação fez parte das atividades de enriquecimento ambiental que os cuidadores fazem com os animais com frequência, com o objetivo de estimular comportamentos naturais de cada espécie.
— Um comportamento estimulado pelo picolé é a lambedura. A gente oferece a dieta numa apresentação diferente e estimula diferentes formas de forrageio, que é a procura pelo próprio alimento. No caso do picolé, a gente também consegue conferir conforto térmico, fica mais refrescante — detalhou Letícia Feitosa, bióloga de bem-estar animal do BioParque do Rio.
Já no Zoológico Municipal de Curitiba, a onça-pintada Ares saboreou um picolé de extrato de sangue de carne para se refrescar do calor. Também foram distribuídos picolés para primatas, canídeos e alguns felinos para enfrentar a onda de calor de setembro.
Esta deverá ser a pior semana até agora de um ano já marcado por extremos climáticos no Brasil. O calor ficará na faixa de 40 graus, com perigo para a saúde e o meio ambiente, em todas as regiões. Todo o Sudeste e partes do Sul, Norte e Nordeste estão com alerta de “perigo”, que aponta a recorrência da temperatura 5º acima do habitual por até cinco dias consecutivos. A exceção é a região Sul, onde, pelo contrário, a chuva aumenta, com potencial de causar tragédias, de acordo com o Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais (Cemaden).
A onda de calor se prolongará com grande intensidade pelo menos até sexta-feira no Sudeste e não tem fim à vista no restante do país. Dia e noite, sem alívio, pessoas, animais e plantas serão expostos a estresse térmico severo em quase todo o Brasil, com consequências para a saúde, o meio ambiente e a economia.
Nesta segunda, 43 cidades, em dez estados, superaram a marca dos 40ºC, de acordo com os dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). O valor mais alto – 43,2ºC – foi registrado em Coxim (MS).
Fonte: O Globo