Oito soldados de Israel morrem durante confrontos com Hezbollah no sul do Líbano um dia após ataque de mísseis do Irã

Fumaça sobe em local de ataque aéreo de Israel na vila de Khiam, no sul do Líbano
Fumaça sobe em local de ataque aéreo de Israel na vila de Khiam, no sul do Líbano — Foto: AFP

Forças de Israel e combatentes do grupo xiita libanês Hezbollah disseram travar combates de perto no sul do Líbano nesta quarta-feira, um dia depois de o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, prometeu relatiar contra o Irã pelo disparo de mísseis balísticos contra Israel em um ataque que aumentou ainda mais a tensão regional. Israel anunciou que oito soldados morreram em combate, segundo o Exército israelense.

Hezbollah disse em uma declaração que seus combatentes entraram em confronto com soldados israelenses em Maroun al-Ras, uma cidade que fica a cerca de 1,6 km da cidade israelense esvaziada de Avivim, que mais cedo o grupo libanês disse ter atacado com uma rajada de foguetes.

O Exército libanês também disse que forças israelenses operando perto de duas vilas cruzaram brevemente alguns metros da chamada Linha Azul, uma demarcação da ONU do sul do Líbano e das Colinas de Golã, território sírio controlado por Israel.

Em outro sinal de aprofundamento do conflito, o Exército de Israel, que enviou tropas terrestres para o Líbano na madrugada de terça-feira (noite de segunda no Brasil), disse que conduziu mais ataques contra alvos do Hezbollah após o grupo, que é apoiado pelo Irã, ter disparado mais de 40 “projéteis” através da fronteira.

Funcionários israelenses disseram que os mísseis do Irã disparados contra Israel na terça-feira foram em sua maioria interceptados pelas defesas aéreas e com ajuda dos EUA e de outros aliados. Não houve informações sobre mortes em Israel, mas um palestino que trabalhava em Gaza, morreu após ser atingido por estilhados na ocupada Cisjordânia.

Na terça-feira, o presidente Joe Biden disse que as Forças Armadas dos EUA “apoiaram ativamente” a defesa israelense, com o conselheiro de segurança nacional, Jake Sullivan, afirmando que destroieres da Marinha se uniram a Israel para interceptar mísseis. França e Reino Unido também se juntaram nas medidas de proteção.

Netanyahu afirmou depois que a República Islâmica, um adversário de longa data do Estado judeu, “cometeu um grande erro” e que “pagaria por isso”. Ele não deu detalhes, mas em abril Israel disparou mísseis contra o Irã em resposta a um ataque lançado por Teerã.

Nesta terça, o chanceler israelense, Israel Katz, declarou o secretário-geral da ONU, António Guterres, “persona non grata”, o proibindo de entrar no país após acusá-lo de não condenar de forma vigorosa os ataques do Irã.

A Guarda Revolucionária disse que o ataque de uma hora de duração foi uma retaliação pelos assassinatos recentes dos chefes do Hezbollah e do grupo terrorista Hamas, outro de seus aliados que combate Israel na Faixa de Gaza. Mohammad Bagheri, um importante comandante do Irã, disse que os mísseis tinham como alvo três bases militares e o quartel-general do Mossad, o serviço de inteligência de Israel.

Vídeo verificado pelo jornal americano New York Times mostrou dezenas de mísseis explodindo em diferentes partes de Israel nesta terça, incluindo um a cerca de 800 metros da sede do Mossad. O Exército israelense disse que uma base aérea sofreu “alguns golpes”, mas que infraestrutura essencial não foi atingida.

O ataque iraniano ocorreu um dia depois do início da invasão do Líbano por Israel, que diz ter como objetivo destruir a capacidade do Hezbollah de atacar alvos israelenses.

Fonte: O Globo

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