Nunes pede que vereadores montem ‘exército’ para convencer eleitorado: ‘Não tem nada ganho’

Ricardo Nunes (MDB), candidato à reeleição, em encontro com vereadores eleitos
Ricardo Nunes (MDB), candidato à reeleição, em encontro com vereadores eleitos — Foto: Divulgação

Ricardo Nunes (MDB) espera contar com um “exército” de vereadores para ajudá-lo a vencer Guilherme Boulos (PSOL) no segundo turno, e na noite desta terça-feira (8) reuniu parlamentares atuais e os que foram eleitos para o próximo mandato para orientá-los sobre como ajudar na campanha.

O prefeito que tenta a reeleição apresentou alguns pontos que os vereadores devem destacar ao conversar com os eleitores, e pediu que eles não desmobilizem a estrutura que usaram em suas campanhas, para que ela seja usada a partir de agora em prol da eleição majoritária. Em 2025, caso seja reeleito, Nunes terá 36 vereadores em sua base.

No encontro, estavam presentes parlamentares do MDB, PP, Republicanos, PSD, PL, Solidariedade, Podemos e União Brasil, que fazem parte de sua coligação que ao todo tem 12 partidos. Nunes elencou alguns pontos-chave que os vereadores devem usar para convencer o eleitor, evidenciando o que seriam as diferenças entre ele e Boulos: ordem contra desordem; equilíbrio contra desequilíbrio; experiência contra inexperiência; Brasil contra Venezuela; honestidade contra rachadinha.

O prefeito ainda destacou que pautas segmentadas e regionais devem ser trabalhadas, e citou como exemplo que, para aqueles eleitos com a pauta de defesa animal, o discurso deve ser que o prefeito inaugurou dois hospitais veterinários na cidade, além de ressaltar obras das regiões nas quais cada vereador atua.

Outro ponto citado pelo emedebista foi que, caso Boulos seja eleito, não haverá harmonia entre Executivo e Legislativo.

— Não é possível votar nada com 14 vereadores. Se a gente sair daqui muito alinhado, vamos chegar no dia 27 governar nossa cidade melhor do que governamos agora— falou — Peço para vocês que mantenham toda a estrutura (de campanha), são 96 distritos, nós vamos ter um exército em todos os distritos para manter nosso discurso que é a diferença entre nós e o adversário. A questão nossa de equilíbrio e do extremismo, a grande maioria não gosta do extremismo. A ordem contra a desordem de alguém que invade e depreda. E não tem nada ganho, pelo amor de Deus, não está ganho.

Durante o evento, realizado no comitê de campanha, no Centro da capital, Nunes ainda ouviu uma bronca do presidente da Câmara, Milton Leite (União), que disse que é preciso “falar a linguagem do povo com clareza” e “levar a comunicação para as pontas”, usando como exemplo o recapeamento.

— Recape, eu peço que troque por asfalto novo. Eu ouvi dez vezes, que recape, o que é isso? Nós temos que falar a linguagem do povo. Mostrar o que nós fizemos, eu vi adversários do senhor no debate falando que vai fazer projeto que o senhor já fez, nós precisamos trabalhar mais na comunicação para as pontas — disse.

Nem todos os vereadores da base de Nunes que foram eleitos estavam na reunião, entretanto. Rubinho Nunes e Adrilles Jorge, ambos do União Brasil, apoiaram Marçal no primeiro turno e até agora não indicaram que devem se engajar na campanha do prefeito. Milton Leite afirmou ao GLOBO que irá arranjar uma reunião entre os dois e o prefeito, provavelmente nesta quarta, para buscar um acordo. Lucas Pavanato (PL), o vereador mais votado da cidade, também foi uma ausência.

Fonte: O Globo

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