Cientistas identificaram o que seria o buraco negro mais antigo já encontrado. O fenômeno cósmico teria se formado apenas 470 milhões de anos após o Big Bang, que ocorreu há 13,7 bilhões de anos.
A descoberta foi publicada nesta segunda-feira na revista Nature Astronomy, a partir de uma pesquisa elaborada pelo Telescópio Espacial James Webb da NASA e o Observatório de Raios-X Chandra. Ela confirma a teoria da existência de buracos negros supermassivos no universo.
À Associated Press, o autor principal do artigo, Akos Bogdan, do Observatório Smithsonian de Astrofísica de Harvard, afirmou que este buraco negro pesa entre 10% e 100% da massa de todas as estrelas da galáxia UHZ1.
O surgimento dos primeiros buracos negros do universo tem sido um debate de longa data entre os astrônomos. Segundo os pesquisadores, o buraco negro da UHZ1 se formou a partir do colapso de nuvens colossais de gás em uma galáxia vizinha a outra com estrelas. As duas se fundiram, e o buraco negrou supermassivo surgiu.
A equipe de investigação detectou os raios X do buraco negro usando dois telescópios espaciais da NASA, o James Webb e o observatório Chandra. Lançado em 1999, este último é sensível a fontes de raios X até 100 vezes mais fracas do que qualquer telescópio anterior.
— Precisávamos do Webb para encontrar esta galáxia notavelmente distante, e do Chandra para encontrar o seu buraco negro supermassivo —, disse a Associated Press, o autor do estudo, Bogdan.
Através de uma a técnica chamada lente gravitacional, os dois telescópios conseguiram ampliar a região do espaço onde o buraco negro estão localizados. Eles usaram a luz de um aglomerado muito mais próximo, cerca de 3,2 mil milhões de anos-luz da Terra, para fazer uma ampliação.
— É um objeto muito tênue e, graças à sorte, a natureza o ampliou para nós —, contou Priyamvada Natarajan, que também participou do estudo.
— Os dados devem transformar rapidamente a nossa compreensão do universo primitivo, permitindo a detecção de grandes amostras de galáxias distantes —, concluem Bogdan e Natarajan.
Fonte: O Globo