No RN, 41% dos restaurantes e bares fecham junho no vermelho

Quinta Feira, 14 de Abril de 2022/Natal/Restaurante-Ifood
Restaurantes
Foto.Magnus Nascimento
Repórter Felipe Salustino

No Rio Grande do Norte, 41% dos bares e restaurantes terminaram no vermelho no mês de junho. O resultado, ainda considerado alto pelo setor, teve melhora em relação ao mês anterior, quando 48% dos empreendimentos apresentaram prejuízo no fluxo de caixa. Fatores como o turismo animam o setor para os próximos meses, mas outros como a inflação e preços dos insumos ainda preocupam.

Nesse período, a quantidade de bares e restaurantes que tiveram lucro saiu de 23% em maio para 24% em julho. O resultado foi o melhor desde abril, quando 30% dos estabelecimentos terminaram o mês no azul. Os dados são da pesquisa da situação econômica da alimentação fora do lar, produzido pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes no Rio Grande do Norte (Abrasel/RN), e que a TRIBUNA DO NORTE  teve acesso.

“Vemos uma tendência de melhora. Daqui para frente vai melhorar um pouquinho”, disse o presidente da Abrasel/RN, Paolo Passarielo. Ele atribui à reação do setor a diminuição das chuvas e o aumento de turistas durante o mês de julho.

A pesquisa também mostra que 37% das empresas pretendem contratar novos funcionários até o final do ano, enquanto outras 55% pretendem manter o quadro e 8% têm a intenção de demitir empregados no período. Esse também é um resultado que indica tendência de melhora no setor, segundo o presidente da Abrasel/RN. No entanto, a inflação preocupa.

Três a cada quatro proprietários de bares e restaurantes não conseguem repassar os valores dos aumento de custos. “O nosso resultado está sendo penalizado para não aumentar os preços dos cardápios, para não assustar os clientes”, disse Paolo Passarielo. “A inflação segue sendo a maior responsável pelos resultados ruins. Para termos uma melhora vai depender dos preços dos insumos”, complementou.

A pesquisa sobre o setor foi realizada com empresários do ramo entre os dias 20 e 28 de julho no Rio Grande do Norte. Na apuração, também foi revelado que dois terços dos estabelecimentos têm empréstimos contratados, sendo que 39% desses têm parcelas em atraso. A média de comprometimento do custo mensal com pagamento de dívidas bancárias é de 11,3%.

Refeição fora de casa

Os consumidores também são afetados pelas mudanças na economia. Um levantamento da Ticket, com base nos indicadores da Pesquisa +Valor, apontou que o valor médio gasto pelo brasileiro em refeições fora do lar cresceu 48,3% nos últimos dez anos. Enquanto em 2013 comer fora custava cerca de R$27,40, em 2022 esse valor é quase que o dobro, com a média de R$40,64.

A Região Nordeste foi a que apresentou a maior variação nesse período, elevando o custo da refeição completa de R$ 23,74 para R$ 40,28, um aumento de 69,6%. Se o cálculo fosse realizado de acordo com o Índice de Preços no Consumidor (IPCA), o preço estaria em R$ 41,26.

 

Do Tribuna do Norte