Natal passa a usar o aedes para o combate à dengue

Entre os dias 13 e 24 de novembro Natal (RN) ganhará uma nova técnica de enfrentamento ao Aedes aegypti, transmissor de doenças como dengue, zika e chikungunya. As estações disseminadoras de larvicidas serão espalhadas pela cidade e pretendem utilizar o próprio mosquito para combater a proliferação do vetor.

As estações são parecidas com vasilhas de plástico, revestidas com um tecido impregnado com larvicidas. “Quando o mosquito pousar nessas estações disseminadoras, ele vai sair impregnado com o larvicida e leva para outro depósito, que muitas vezes são de difícil acesso para humanos. É como se passássemos a usar o mosquito ao nosso favor, contra os outros mosquitos”, destacou Alessandre Medeiros, chefe do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ).

Desenvolvido pela Fiocruz Amazonas, o projeto foi testado entre os anos de 2014 e 2016 na cidade de Manacapuru/AM. Em apenas 15 dias, o número de larvas de Aedes caiu em 80-90%, e a mortalidade das larvas aumentou para 80-90%. O número de mosquitos adultos emergindo dos criadouros despencou em mais de 95% na cidade inteira, de forma que a emergência de fêmeas de Aedes caiu de 500-600 por mês antes da intervenção, para um mínimo de uma única fêmea no sexto mês de disseminação.

Com o resultado, o projeto foi um dos elencados pelo Ministério da Saúde para ser uma das metodologias implementadas de forma imediata em várias capitais, dentre elas Natal.

Nesta sexta-feira (10), o professor Sérgio Luz, da Fiocruz Amazonas, estará na capital potiguar para discutir os últimos detalhes do início do projeto. Entre os dias 13 e 24 de novembro, serão feitos o treinamento e a colocação das estações em pontos estratégicos da cidade.

Atualmente Natal já conta com um programa de combate ao Aedes. O Vigiadengue, desenvolvido pelo CCZ, é considerado um dos mais eficazes do país e já foi apresentado até mesmo fora do Brasil. Ele funciona como um sistema de monitoramento com base na vigilância epidemiológica e entomológica das arboviroses. O principal diferencial é o monitoramento contínuo que consegue identificar as áreas de maior risco para ocorrência de surtos e epidemias, além de estabelecer categorias de intervenção ou estágio de resposta para cada nível.