MP de Goiás denuncia fisiculturista por feminicídio contra companheira

Fisiculturista Igor Porto e Marcela Luise Brandão
Fisiculturista Igor Porto e Marcela Luise Brandão — Foto: Reprodução/Redes sociais

O Ministério Público de Goiás (MPGO) ofereceu denúncia contra o fisiculturista Igor Porto Galvão pelo crime de homicídio quadruplamente qualificado de sua companheira, Marcela Luise. O crime ocorreu no último dia 10, em Aparecida de Goiânia, Goiás. Segundo o promotor de Justiça Milton Marcolino dos Santos Júnior, o crime ocorreu por motivo fútil, com o autor utilizando-se de meio cruel, mediante recurso que impossibilitou a defesa da vítima e contra a mulher, como previsto na Lei Maria da Penha.

O MP requereu também a fixação de valores para reparação dos danos causados, como previsto no Código Penal. Na denúncia, o promotor aponta que “o relacionamento teria sido marcado por agressões físicas, verbais e psicológicas e traições por parte do denunciado”. O crime ocorreu na tarde do dia 10, “após uma discussão banal entre o casal, quando o denunciado agrediu a vítima com chutes e socos, causando-lhe diversas lesões e traumatismo crânioencefálico, que provocaram a sua morte”.

“Após as agressões e, com intuito de se ver impune, o denunciado deu banho na vítima e, com ela desfalecida, a levou a um hospital, apresentando a versão de que ela teria sofrido um acidente doméstico”, relatou o promotor de Justiça. A vítima permaneceu internada e morreu no dia 20 deste mês.

Preso desde a última sexta-feira, o fisiculturista Igor Porto Galvão carrega um histórico de violência doméstica e já foi alvo de inquérito policial por agressão.

Natural de Anápolis (GO), Igor já atuou profissionalmente como fisiculturista e chegou a disputar em competições, no entanto, ele tinha um histórico de polêmicas e brigas no meio. Após abandonar as competições, ele passou a atuar como nutricionista e educador físico com foco no preparo de atletas. Nas redes sociais, em um perfil excluído recentemente, ele contava com mais de 12 mil seguidores, com quem compartilhava seu trabalho.

Durante as investigações, a Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) constatou que Igor já tinha um histórico de violência doméstica. O fisiculturista já foi alvo da polícia por infringir a Lei Maria da Penha mais de uma vez. Ele foi acusado por uma ex-namorada, que afirmou ter sido agredida, além de uma denúncia da própria Marcela.

Em 2020, ela procurou a polícia e pediu medida protetiva contra Igor, após relatar ter sido agredida, injuriada e ameaçada. Na época, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) determinou que Igor mantivesse distância mínima de 200 metros da vítima, além de não ter contato com Marcela pelas redes sociais. Cerca de um mês depois, em janeiro de 2021, a mulher decidiu retirar a medida protetiva, após reatar o relacionamento.

Igor e Marcela, de 31 anos, tinham uma união estável há 9 anos. O casal chegou a morar em Brasília por alguns anos, antes de se mudar para Goiás.

Em 10 de maio, Marcela chegou inconsciente ao Hospital Santa Mônica, em Aparecida de Goiânia (GO), Região Metropolitana de Goiânia. Igor teria informado aos profissionais da unidade de saúde que a companheira havia sofrido uma queda em casa.

Diante das múltiplas lesões pelo corpo da vítima, a equipe contestou a alegação do fisiculturista e acionou a Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam), que passou a investigar o caso.

A Polícia Civil de Goiás afirmou que a vítima apresentava traumatismo craniano, oito costelas quebradas, clavícula fraturada além de outras escoriações pelo corpo. Segundo laudo pericial, tais lesões não poderiam ser consequências de uma queda, porque a casa do casal não possuía escadas ou ladeiras que justificassem o acidente. Após a morte de Marcela, o fisiculturista segue preso.

Fonte: O Globo

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