O Ministério da Saúde exonerou o coordenador Antônio Cícero Santana da Silva Apurinã do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Médio Rio Purus, da Secretaria de Saúde Indígena, após denúncias de assédio sexual e moral. As acusações foram levadas por servidoras e servidoras do DSEI ao Ministério Público Federal (MPF) e à Polícia Federal (PF) em Rondônia e no Amazonas, que investigam o caso. Procurado pelo GLOBO, Apurinã não se manifestou.
Em nota, o ministério afirmou que “irá colaborar com as autoridades na investigação sobre as denúncias para que sejam apuradas como prevê a legislação”.
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, exonerou Antônio Apurinã em portaria publicada no Diário Oficial em 11 de setembro, cinco dias após o então ministro dos Direitos Humanos Silvio Almeida ser demitido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva por denúncias da mesma natureza. Almeida também nega ter cometido qualquer crime.
No lugar do coordenador do DSEI, a pasta designou um servidor de carreira, Aroldo Moreira da Costa.
As denúncias de assédio moral e sexual de servidores do DSEI contra o ex-coordenador são feitas desde 2023, ano em que Apurinã foi nomeado para o cargo. No ano passado, mulheres procuraram um vereador da cidade de Lábrea, onde fica localizado o distrito sanitário, para relatar os episódios. As denúncias chegaram a ser levadas para sessão plenária da Câmara do município em outubro.
Na ocasião, o vereador José Hélio Camurça (Republicanos) afirmou que havia repassado para a PF as denúncias de assédio sexual feitas pelas servidoras, e que cerca de 30 servidores foram demitidos pelo gestor.
— Espero que haja uma investigação da Polícia Federal porque não podemos aceitar que isso aconteça — declarou, na ocasião.
Fonte: O Globo