Líder da Irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte morre aos 108 anos

Maria das Dores da Conceição, conhecida como Dona Dazinha, ocupava o posto mais alto da entidade -  (crédito: Reprodução/Instagram/@irmandadedaboamorte.oficial)
Maria das Dores da Conceição, conhecida como Dona Dazinha, ocupava o posto mais alto da entidade - (crédito: Reprodução/Instagram/@irmandadedaboamorte.oficial)

A juíza perpétua da Irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte, Maria das Dores da Conceição, conhecida como Dona Dazinha, morreu aos 108 anos, na terça-feira (1º). O sepultamento ocorreu na cidade de Muritiba, na Bahia. A causa da morte não foi divulgada.

A Irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte é uma organização religiosa afro-brasileira criada em 1820, e é composta apenas por mulheres. Juíza perpétua é o posto mais alto na hierarquia.

“Que seu retorno para o òrun seja leve e tranquilo com as bençãos de nossa grandiosa mãe Maria. E com acolhida de nossas ancestrais”, afirmou a Irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte, em publicação nas redes sociais.

Segundo a entidade religiosa, o cargo de juíza perpétua é passado para a irmã mais velha do grupo e que tenha demonstrado devoção a Nossa Senhora da Boa Morte e Glória. Antes de Dona Diazinha, Narcisa Cândida, conhecida como Mãe Filhinha, e falecida em 18 de janeiro de 2014, foi a mulher mais velha que ocupou o posto, com 110 anos. Ainda não foi informado sobre quem assumirá a posição.

“A Irmandade da Boa Morte, construída por mulheres negras libertas, que tinham o objetivo de libertar seus irmãos e irmãs, preserva importantes tradições, em um legado bicentenário: entre eles, a hierarquia baseada no respeito às nossas mais velhas”, pontua a organização.

“Por maior ou menor influência que a Igreja Católica tenha no caráter ritualístico da Irmandade, sua essência provém das religiões de matriz africana, do candomblé, onde todo o respeito é devotado àqueles e aquelas que desempenham o importante papel de guardar tradições, e preservar a cultura e sabedoria de toda uma comunidade”, acrescenta.

Fonte: Correio Braziliense

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