Lei da Ficha Limpa completa 10 anos e deixa legado de ‘candidatos-laranja’

Após sanção da Lei da Ficha Limpa, cuja sanção completa dez anos nesta quinta-feira (4), políticos com candidaturas negadas têm desistido da disputa e indicado como substitutos seus cônjuges, parentes ou pessoas às quais o eleitor possa associar a eles. O episódio mais célebre aconteceu nas eleições presidenciais de 2018, quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estava preso em Curitiba. À época em primeiro lugar nas pesquisas de opinião, Lula montou uma estratégia eleitoral para transferir seus votos ao afilhado político Fernando Haddad. O destaque é Fo

Resultado de uma iniciativa popular que obteve 1,6 milhão de assinaturas, a Ficha Limpa foi aprovada com quase unanimidade pelo Congresso em maio de 2010. O deputado Marcelo Melo (à época no PMDB-GO), único a votar de forma contrária, disse na ocasião ter errado os botões no momento da votação. A lei determina que políticos cassados ou condenados por uma série de irregularidades em decisões colegiadas (tomadas por mais de um juiz) fiquem impedidos de disputar cargos públicos por no mínimo oito anos, mesmo sem o caso ter recebido sentença definitiva.

O ex-presidente Lula e o ex-prefeito Fernando Haddad, em novembro de 2019 – Adriano Machado/Reuters