Dois comandantes do grupo xiita Hezbollah foram mortos em ataques no sul do Líbano, anunciou neste domingo as Forças Armadas de Israel. Em comunicado, o Exército israelense afirmou que os mortos eram Youssef Ahmad Nun, que atuava nas Forças Radwan, a unidade de elite do Hezbollah, e Farouk Amin Alasi, comandante da organização político-militar libanesa na área de Khiam, no sul do país.
Durante a guerra, segundo a nota, Akdeih atuava como assistente do comandante das forças Nukhba (elite) da Jihad Islâmica na Brigada Khan Younis. Já Alasi operou diversos ataques com foguetes e mísseis antitanque contra comunidades israelenses na Galileia, especialmente em Metula. Na semana passada, segundo o comunicado, o Exército de Israel também matou Raafat Ibrahim Mahmoud Akdeih, que teria invadido o kibutz Nir Oz durante os ataques sem precedentes do grupo terrorista Hamas ao Estado judeu em 7 de outubro de 2023.
No sábado, militares da Shayetet 13, unidade de elite de comandos navais de Israel, capturaram um membro de alto nível do Hezbollah. Segundo a mídia libanesa, os agentes israelenses desembarcaram na madrugada de sexta-feira na costa de Batroun, cidade próxima de Beirute, e prenderam o homem em um prédio residencial. Imagens de câmeras de segurança divulgadas pela mídia local mostram o indivíduo, identificado por autoridades libanesas como Imad Ahmaz, sendo conduzido por mais de uma dúzia de homens armados.
Batroun, uma cidade predominantemente cristã, não é vista como uma base de apoio ao Hezbollah, mas tem abrigado cada vez mais moradores de Beirute que buscam fugir dos bombardeios de Israel. Hussen Dilbani e sua esposa, Rania, que moravam ao lado no prédio, disseram ao jornal americano New York Times que decidiram deixar o apartamento após a invasão. Assim como outros moradores da região, o casal relatou que os soldados israelenses disseram ser oficiais de segurança libaneses enquanto arrombavam a porta do vizinho.
— Aonde quer que você vá, você não está seguro — disse Rania.
Israel deu início a uma campanha militar intensificada contra o Hezbollah em setembro, quase um ano após o grupo começar a disparar foguetes contra Israel em solidariedade ao Hamas pela guerra na Faixa de Gaza. Desde então, a ofensiva israelense já deslocou mais de um quinto da população do Líbano, e mais de 1,9 mil pessoas morreram nesse período. Neste domingo, o Exército do Estado judeu emitiu um novo alerta de retirada para a população de algumas áreas da região de Baalbek, no leste do Líbano, indicando que novos bombardeios.
“Você está atualmente próximo de instalações e ativos vinculados ao Hezbollah, que as Forças Armadas de Israel têm como alvo”, publicou no X o porta-voz em árabe do Exército de Israel, Avichay Adraee. “Para a sua segurança e a de seus familiares, vocês devem sair imediatamente do edifício [indicado] e os adjacentes, e manter distância de pelo menos 500 metros durante as próximas quatro horas”, continuou.
Também neste domingo, autoridades israelenses relataram que “vários projéteis” foram disparados do Líbano em direção a Israel. Alguns foram interceptados e outros caíram em áreas desabitadas.
(Com AFP e New York Times)
Fonte: O Globo