Israel aumenta seu isolamento ao declarar secretário-geral da ONU ‘persona non grata’

O secretário-geral da ONU, António Guterres, foi declarado 'persona non grata' pelo governo israelense
O secretário-geral da ONU, António Guterres, foi declarado 'persona non grata' pelo governo israelense — Foto: Yasin Akgul / AFP

Ao declarar o secretário-geral da ONU, António Guterres, “persona non grata” nesta quarta-feira, o governo de Benjamin Netanyahu escala mais um degrau em direção à radicalização e ao isolamento de Israel.

A ONU é o berço de Israel. Foi dentro do órgão multilateral, numa resolução negociada sob a liderança do brasileiro Oswald Aranha, que se desenharam os dois estados: o de Israel e o da Palestina. Até hoje, no entanto, apenas metade da resolução foi implementada e a região mantém tensão permanente, exacerbada no último ano e que se escalou com os ataques do Irã nesta terça-feira.

O comunicado do ministro de Relações Exteriores do Estado judeu, Israel Katz, que afirma que o “secretário-geral é contra Israel e apoia terroristas, violadores e assassinos”, leva aos países olharem para Israel com outros olhos e mostra que o errado não é o governo brasileiro, mas o israelense. O mesmo Katz havia declarado o presidente Lula “persona non grata” em fevereiro deste ano.

Israel tem mantido uma atitude mais arrogante, como se não dependesse de nada, nem de ninguém. Não cumpre qualquer resolução da ONU e agora declara o secretário-geral como “personal non grata” dando o passo que faltava para seu isolamento total. A essa altura, um ano após o início dos conflitos com o Hamas, o que se esperaria é que estivesse fortalecendo alianças. Não se pode ter um único aliado, por mais forte que os Estados Unidos sejam, e ignorar o resto.

Em discurso no Conselho de Segurança das Nações Unidas, nesta quarta-feira, após ter sido declarado “persona non grata” pelo governo Netanyahu, Guterres criticou o “ciclo repugnante” de violência no Oriente Médio, que está à “beira do precipício” após os ataques iranianos contra Israel.

Durante a reunião de emergência dos 15 estados-membros do conselho, que ainda acontece nesta manhã, Guterres também “condenou veementemente o ataque massivo de mísseis do Irã contra Israel”, reforçando o que já havia dito nesta terça-feira.

Fonte: O Globo

© 2024 Blog do Marcos Dantas. Todos os direitos reservados.
Proibida a reprodução total ou parcial do conteúdo deste site sem prévia autorização.