Investimento em capital social pode desenvolver a região do Seridó

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Estruturar novas alianças tendo como eixo um território organizado é o caminho para se chegar ao desenvolvimento sustentável das cidades da região do Seridó. A avaliação é da socióloga Tânia Zapata, especialista em desenvolvimento regional. Ela veio ao estado a convite do Sebrae e proferiu um palestra durante a Feira do Empreendedor do Seridó. Para a socióloga Tânia Zapata, o capital humano e social pode garantir a construção do desenvolvimento sustentável das cidades do Seridó.

A visão da especialista é que um território organizado e novas lideranças inspiradoras são essenciais para a construção do desenvolvimento sustentável, com foco na rede de cooperação público-privada do Seridó. Segundo Tânia Zapato, capital social é a capacidade que um território tem de se organizar e estar articulados para produzir projetos estratégicos com visão de longo prazo. “É ter espírito coletivo. Desenvolvimento sustentável se faz com a cultura da cooperação”, enfatizou.

 Autora de publicações sobre território, governança e planejamento, Tânia Zapata observou que o mais importante não é uma região ser grande, mas sim organizada, e alertou que não se pode confundir crescimento com desenvolvimento.  “O Seridó tem muito sentido de identidade, pertencimento, pessoas que amam sua terra, tem gosto de viver na região, apesar dos desafios. É um território com cultura empreendedora”, afirmou Tânia Zapata, que é consultora da Organização das Nações Unidas (ONU) e do Sebrae em todo o Brasil.

Segundo a socióloga, é importante estimular o surgimento de lideranças para o fortalecimento do Território do Seridó. “Liderança é a habilidade de influenciar pessoas para trabalhar entusiasticamente para o bem comum. O líder inspirador cria relações de interdependência entre pessoas inteligentes para causas criativas, ele mobiliza e não coage”.

“Não existe país que se desenvolve apenas com políticas macroeconômicas do governo central. O desenvolvimento não depende unicamente do setor público. A base da sociedade precisa estar organizada para propor suas políticas de desenvolvimento. Do contrário teremos apenas ciclos de crescimento”, alertou, citando os exemplos do Japão e da Coreia do Sul e comparando os indicadores de desenvolvimento dos países asiáticos com o Brasil. “O Japão tem apenas 8% de terras agricultáveis, mas tem inteligência e espirito coletivo”, exemplificou. Para Tânia Zapata, o mundo atual está inserido na sociedade do conhecimento, daí a importância do capital humano e social. “Território que não tem pessoas qualificadas, hábeis, competentes e com cidadania não evolui”. Ela alertou ainda para a importância de estimular a inovação e a competitividade.