Indígenas do Vale do Javari atingidos pela seca pedem socorro

Registro da seca na Aldeia Kumaiá
Registro da seca na Aldeia Kumaiá — Foto: Univaja

A Univaja, União dos Povos Indígenas do Vale do Javari, divulgou uma nota nesta quarta-feira em que pede ao governo federal ações efetivas para mitigar os efeitos da seca que assolam a região. De acordo com a organização, a  seca deixou isoladas as 74 aldeias dentro dos 8,5 milhões de hectares da Terra Indígena e não há previsões de melhora da atual conjuntura, pois ainda que nesta época já comecem as chuvas, os rios estão muito abaixo do nível normal. 

Ainda de acordo com o texto, a Univaja foi informada, no início da semana passada, de que não é mais possível navegar entre as aldeias do Vale do Javari, pois os cursos d’agua estão intransitáveis devido à estiagem. 

“Essa conjuntura não apenas impede a movimentação das pessoas como provoca a elevação considerável dos preços de insumos básicos para a sobrevivência das populações locais, tais como gasolina, água potável e remédios”.

Neste momento, os indígenas pedem ao governo apoio por meio de recursos aéreos, como o conserto da única aeronave que atendia a terra indígena e que se encontra parada na Aldeia do Lobo devido a problemas técnicos. 

Pedem também a disponibilização de aeronaves com maior capacidade de carga e passageiros para a substituição das equipes de saúde que se encontram no território, assim como a entrega de remédios e insumos para o trabalho destes profissionais. 

“Solicitamos também, pontualmente, a urgente remoção de pacientes das aldeias para a cidade, como é o caso na comunidade de São Sebastião, onde um indígena necessita de soro antiofídico. O flagelo da seca atinge com maior gravidade os mais sensíveis: temos também registro de crianças que estão doentes, com diarreia e vômito devido à dificuldade de acesso à água potável e temos informações preliminares de que pessoas vieram a falecer por falta de atendimento médico”.

Fonte: O Globo

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