“Hoje o céu está mais alegre pela Páscoa do grande Servidor da Igreja e da Sociedade seridoense e potiguar, o Padre Tércio”, diz Seapac em nota

NOTA DE SOLIDARIEDADE
Ao Revmo. Sr. Dom Antônio Carlos Cruz Santos, MSC.
Ao Clero, agentes de pastorais, fieis leigas e leigos.
Aos homes e mulheres de boa vontade.

O SEAPAC – Serviço de Apoio aos Projetos Alternativos Comunitários – como um dos Serviços à Caridade da Igreja Católica no Rio Grande do Norte, neste momento de luto pelo falecimento do Mons. Ausônio Tércio de Araújo, vítima da pandemia que já ceifou mais de 200 mil vidas de brasileiros, geradora de tantas incertezas, angústias e desinformação, renova com convicção sua crença de que “de nossa fé em Cristo e da caridade da Igreja nascem a solidariedade como atitude permanente de encontro, irmandade e serviço junto às populações do campo e da cidade, que vivem em situação de vulnerabilidade social”.

Somos homens e mulheres de fé que acreditam na ação amorosa e misericordiosa de Deus em nossas vidas, que cuida com amor – de Pai e a ternura de nossa mãe Maria – de cada um de seus filhos e filhas, bem como de toda a obra por Ele criada e confiada ao cuidado e proteção de cada um de nós. Por isso, nos revelamos homens e mulheres que vivem da Esperança – do verbo esperançar – que nos impulsiona, neste tempo tão carregado de desafios, a lançar o olhar e nossa atenção para os que estão chorando suas perdas para a pandemia.

Hoje o céu está mais alegre pela Páscoa do grande Servidor da Igreja e da Sociedade seridoense e potiguar, o Padre Tércio, que muito fez pela Igreja do Seridó, como verdadeiro guardião da fé, arauto da Esperança e operário da Caridade da Igreja aos mais pobres. Foi incansável servidor da Educação em todos os níveis – fundamental, médio e superior – com a convicção de que somente através da educação plena é que se constrói uma sociedade livre, desenvolvida, solidária, justa e de paz.

Também envidou esforços constantes em favor da comunicação, com a defesa incontestável de a Igreja deveria apostar nos meios de comunicação como instrumentos essenciais à difusão da Evangelho e à formação cristã dos fiéis, pela comunicação de uma doutrina fundada nos princípios e valores do Evangelho, em harmonia do Magistério da Igreja, capaz de gerar homens e mulheres novos conscientes de seu papel como cidadãos do mundo e cidadãos do Reino dos Céus.

Exemplo para todos nós cristãos, e de modo muito especial para o clero, pois fez da confiança inabalável em Deus e da pobreza evangélica o marco definidor de sua vida sacerdotal e humana. Assim testemunhou que “se realmente queremos encontrar Cristo, é preciso que toquemos o seu corpo no corpo chagado dos pobres, como resposta à comunhão sacramental recebida na Eucaristia. O Corpo de Cristo, repartido na sagrada liturgia, deixa-se encontrar pela caridade partilhada no rosto e na pessoa dos irmãos e irmãs mais frágeis.

Continuam a ressoar de grande atualidade estas palavras do santo bispo Crisóstomo: ‘Queres honrar o corpo de Cristo? Não permitas que seja desprezado nos seus membros, isto é, nos pobres que não têm que vestir, nem O honres aqui no tempo com vestes de seda, enquanto lá fora O abandonas ao frio e à nudez’ (Hom. in Matthaeum, 50, 3: PG 58).” (Papa Francisco).

Por isso somos, como cristãos, chamados a cultivar a pobreza evangélica, que consiste no abandono voluntário das riquezas e dos bens exteriores com o objetivo de estar unicamente com Deus. A vivência da pobreza deve ser cultivada a partir da relativização de tudo por conta de uma vida imersa em Cristo. “Tudo eu considero perda, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor. Por Ele, eu perdi tudo e tudo eu tenho como lixo, para ganhar a Cristo e ser achado nele” (Fl 3,8).

O conselho evangélico de pobreza só toma sentido real, existencial e salvífico se se passa pela imitação de Cristo, numa vida pobre de fato e de espírito, sóbria e desprendida das riquezas terrenas. A renúncia dos bens temporais e o cultivo da pobreza devem se voltar à Providência divina, o Pai cheio de bondade, que se ocupa dos pássaros e das flores do campo (Mt 6, 26) e não abandona aos que com confiança se entregam a Ele”.

Rogamos a Deus para que nos conforte com o seu amor neste momento de dor pela partida do Pe. Tércio, e pelos que perderam familiares, parentes e amigos para a pandemia. E que o Espírito Santo reacenda a Esperança no coração de cada um de nós na luta pela vida em abundância, com saúde, paz, justiça, trabalho e renda.

De modo especial, queremos abraçar um dos diretores do Seapac, bispo diocesano de Caicó, Dom Antônio Carlos, através do qual nos solidarizamos com o clero, agentes de pastorais, fiéis leigos e leigas, homens e mulheres de boa vontade, renovando, assim, a nossa fé e esperança na Ressurreição dos mortos, porque: “Deus que ressuscitou o Senhor Jesus, também ressuscitará a todos nós, pelo seu poder” (ICor.6,14).revigorado na caridade, pela participação e comunhão com tantos irmãos que, como ele, também estão em convalescença das consequências para a saúde, provocadas por tão horrenda pandemia.

Que a Senhora Santana e o glorioso São José intercedam a Deus para que nos confirmem na Fé, na Esperança e na Caridade.

Natal-RN., 09 de janeiro de 2021.
Francisco Teixeira e Equipe do Seapac.