Haddad diz que escolha para sucessor de Campos Neto será “natural”

Fernando Haddad e Roberto Campos Neto
"Eu estou conversando com o Roberto Campos muito tranquilamente sobre essa situação", disse Haddad (esq.) sobre o presidente do BC (dir.)

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta 3ª feira (2.abr.2024) que a escolha de um sucessor para Roberto Campos Neto no BC (Banco Central) será feita de modo “natural”. A decisão de indicar um novo presidente para a autoridade monetária cabe ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) – que é crítico do atual chefe do banco.

Penso que vai ser um processo muito natural. Ele [Lula] vai ouvir as pessoas. Vai ouvir a Fazenda. Nós vamos ouvir o Banco Central sobre essa transição”, declarou Haddad. 

O ministro falou na 10ª edição do Bradesco BBI Brazil Investment Forum, promovido pelo Bradesco BBI. O evento presencial foi em São Paulo, mas ele participou remotamente de Brasília.

Roberto Campos Neto terminará seu mandato à frente da autoridade monetária em 31 de dezembro. Haddad disse esperar que o processo de escolha de um novo líder seja “tranquilo”

O ministro da Fazenda afirmou já ter conversado com Campos Neto sobre a escolha de seu sucessor. Inclusive, teria proposto um encontro com Lula para debater o tema. 

“Eu estou conversando com o Roberto Campos muito tranquilamente sobre essa situação”, falou. 

O Banco Central é uma instituição comautonomia operacional. Tem 8 diretores e 1 presidente com mandatos de 4 anos –que não coincidem com o período eleitoral do Poder Executivo.

Lula indicou 4 nomes para a diretoria do banco durante seu 3º mandato:

Leia no infográfico abaixo os quem são os diretores e quanto tempo ficam nos cargos:

Haddad enalteceu o quarteto indicado por Lula: “Tem 4 diretores nomeados pelo presidente Lula muito bem aceitos pelo mercado”

O titular da Fazenda também falou que a relação entre o governo federal e o Banco Central estão melhores. Segundo ele, há uma proximidade de sua equipe com a autoridade monetária. 

O ministro afirma que muitos dos atritos com o BC começaram ainda durante o governo de transição, ao fim de 2022. Segundo ele, o governo de Jair Bolsonaro (PL) teria se omitido durante todo o processo, o que fragilizou as relações entre as entidades. 

“Essa questão do Banco Central foi um pouco prejudicada no começo do governo por essa tensão que acabou respingando em tudo. Isso tudo foi vencido com muita educação, com muita prudência. Eu tenho uma ótima relação com o presidente do Banco Central”, declarou Haddad. 

Para ele, o objetivo da Fazenda é “institucionalizar” as conversas do ministério com o Banco Central.

Lula, entretanto, já subiu o tom contra Campos Neto em 2024.  O presidente disse em 11 de março que o chefe do BC contribui para um “atraso monetário” no Brasil. 

“Não tem nenhuma explicação os juros da taxa Selic estarem a 11,25%. Não existe nenhuma explicação econômica, nenhuma explicação inflacionária. Não existe nada a não ser a teimosia do presidente do Banco Central em manter essa taxa de juros”, falou em entrevista ao SBT

Fonte: Poder360

© 2024 Blog do Marcos Dantas. Todos os direitos reservados.
Proibida a reprodução total ou parcial do conteúdo deste site sem prévia autorização.