Habitação, transporte e alimentação estão entre os maiores gastos das famílias brasileiras

Alimentação e habitação estão entre os maiores gastos das famílias brasileiras que ganham até dois salários mínimos. Esses e outros dados fazem parte da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2017-2018, divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira (4). O levantamento traça um perfil do padrão de vida dessas famílias e como elas alocam suas despesas a partir de seus rendimentos.
 
Segundo o gerente da pesquisa do IBGE, André Martins, alimentação, habitação e transporte correspondem a 81% das despesas das famílias. Mas, ele alerta para um fenômeno que vem crescendo entre a população.  
 
“Tem chamado a atenção a relação entre despesas fora de domicílio e no domicílio. A gente observou que, nas áreas rurais, essa participação da alimentação fora do domicílio tem, pesquisa a pesquisa, aumentado. Isso é uma questão de preocupação, porque às vezes a alimentação fora de casa está associada a fast foods, a tipos de alimentação que podem não ter a melhor recomendação nutricional”, explica.
 
A pesquisa também mostra que, pela primeira vez, o transporte ultrapassou os gastos com alimentação. Pela hierarquia, segundo Martins, vêm os gastos com habitação, agora o transporte e depois alimentação. “Na hora de você ajustar seu orçamento, na alimentação você pode fazer algumas combinações. No transporte, não tem muito o que fazer, você tem que circular, você tem que trabalhar, então você não tem muitas opções de troca”, considera.
 
Desigualdade

Os dados mostram ainda que menos de 3% das famílias concentram 1/5 de toda a renda do País. O número corresponde a quase dois milhões de famílias que ganham acima de R$ 23 mil, enquanto 16,4 milhões de famílias recebem menos de dois salários mínimos, o que corresponde a R$ 1,9 mil – 6% da renda total.
 
Com assistência à saúde, as famílias com menores rendimentos comprometiam 4,2% do orçamento com remédios, enquanto as que possuem maiores rendimentos gastavam 1,4%. Por outro lado, os gastos com planos de saúde eram de 0,4% entre a classe mais baixa de rendimento e de 2,9% na classe mais alta.
 
Com educação, as famílias que ganham até dois salários mínimos tiveram participação de 1,9%. Já as famílias que ganham 25 salários mínimos representaram 5,1% entre 2017 e 2018.