Grupo suspeito de clonar WhatsApp de ministros de Lula é alvo de operação policial

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) cumpre, nesta terça-feira, sete mandados de busca e apreensão contra suspeitos de integrar de uma associação criminosa especializada em crimes de fraude eletrônica. De acordo com as investigações, os bandidos clonavam perfis de aplicativos de mensagens, utilizando imagens, nomes e informações de fontes abertas de autoridades, como pelo menos seis ministros do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Até o momento, foram identificados como vítimas os ministros:
O inquérito da 5ª Delegacia Policial (Área Central) aponta que a quadrilha entrava em contato com diretores e presidentes de órgãos públicos e privados. Geralmente, com o pretexto de ajudar terceiras pessoas, os falsos ministros contatavam as vítimas e lhes pediam que realizassem transferências bancárias por PIX para alguma pessoa necessitada.
Segundo a PCDF, os suspeitos alegavam que as autoridades não poderiam transferir diretamente os valores para não vincularem seus nomes a essas pessoas e prometiam posteriormente ressarcir às vítimas os pagamentos solicitados.
Em um dos casos, eles contataram o presidente de uma associação comercial do interior de São Paulo, dizendo que estavam com uma demanda na cidade vizinha. Em seguida, argumentaram que uma pessoa ligada ao falso ministro teria falecido e que precisaria passar alguns recursos financeiros para a família, mas não conseguia efetivar a transação.
As investigações demonstraram também que os suspeitos tinham conhecimento da agenda das autoridades públicas pelas quais se passavam, já que o referido ministro teria tido um compromisso político naquela mesma região, dias antes, e a associação comercial vítima teria participado do encontro.
Em nota, a PCDF informou que o inquérito foi instaurado a partir de registros feitos na distrital pelos próprios ministros. Com o auxílio operacional das polícias civis de Pernambuco e da Paraíba, além de informações de gabinetes de algumas das vítimas que tiveram suas imagens e nomes utilizados indevidamente, foi possível identificar dez integrantes do grupo criminoso, todos residentes nesses estados.
Os suspeitos são investigados pelos crimes de fraude eletrônica e associação criminosa. Para cada fraude cometida, a pena prevista é de quatro a oito anos de prisão. A pena pelo crime de associação criminosa é de um a três anos de prisão.
A partir da operação desta terça-feira, os investigadores tentam agora identificar o número de vítimas enganadas e de autoridades públicas utilizadas pelo grupo criminoso, como também quantificar o total de lucro obtido com os crimes perpetrados e o destino dado a tais valores.
Fonte: O Globo