Israel realizou nessa segunda-feira bombardeios que mataram pelo menos 70 pessoas em Khan Younis, no Sul de Gaza, depois de ordenar que a população abandonasse a área, informou o Ministério da Saúde do governo do Hamas, no território palestino.
O atentado ocorreu quando o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, se dirigia a Washington, onde fará um discurso no Congresso nesta quarta-feira, após mais de nove meses de guerra entre Israel e o movimento islâmico na Faixa de Gaza.
O presidente israelense considerou, ao deixar Israel, que se tratava de uma “viagem muito importante”, num momento de “grande incerteza política” devido à decisão do presidente democrata Joe Biden de não se candidatar à reeleição.
Os dois líderes deverão reunir-se na quinta-feira, disse uma autoridade norte-americana. A guerra prejudicou as relações entre Israel e os Estados Unidos, seu principal aliado e apoiador incondicional.
Embora tenha retirado sua candidatura à reeleição, Biden disse que continuará a trabalhar “para tentar encontrar uma forma de acabar com a guerra de Gaza e alcançar a paz no Oriente Médio e trazer todos os reféns israelenses para casa”.
Netanyahu também terá uma reunião com a vice-presidente, Kamala Harris, apoiada por Biden como candidata democrata às eleições. Kamala conquistou o voto da maioria dos delegados democratas para seguir candidata, mas não participará da solenidade que receberá Netanyahu no Congresso.
Nos últimos meses, Washington expressou o seu desacordo com a resposta israelense à incursão mortal de 7 de outubro por militantes do Hamas no Sul do país. Os Estados Unidos insistem, em particular, na necessidade de proteger os civis e permitir a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, governada desde 2007 pelo Hamas.
“A atmosfera nunca esteve tão tensa” nas relações bilaterais, disse Steven Cook, especialista em Oriente Médio, no Conselho de Relações Exteriores dos EUA.
Fonte: O Globo