‘Giro da morte’: Cientistas investigam comportamento de peixes-serra na costa dos EUA; veja vídeo

Cientistas investigam comportamento de peixes-serra que giram até a morte na costa dos EUA;
Cientistas investigam comportamento de peixes-serra que giram até a morte na costa dos EUA; — Foto: Reprodução

Um grupo de pesquisadores da Florida Gulf Coast University analisou mais de 300 amostras de tecidos de peixes numa tentativa de compreender por que mais de 500 peixes-serra apareceram mortos na costa da Flórida desde outubro de 2023. Conforme relatado no estudo, esses animais apresentavam um comportamento curioso de nadar em círculos antes de morrer.

Após realização de testes químicos com mais 250 substâncias, os cientistas conseguiram estimar que a rotação dos peixes poderia ser consequência da presença de uma alga tóxica no fundo do mar, que provocaria déficits neurológicos, além de hiperatividade e espasmos.

A equipe de pesquisadores enviou amostras de tecidos de animais encontrados mortos para a Universidade do Sul do Alabama, nos Estados Unidos. Relatórios apontaram a ausência de baixos níveis de oxigênio, pH, problemas com temperatura ou até a presença de maré vermelha — fenômeno que ocorre pela proliferação de algas nocivas específicas.

Os testes revelaram toxinas naturais elevadas tanto na água do mar, quanto nos organismos dos peixes. A presença da alga Gambierdiscus toxicus foi o que mais se destacou na análise. Há indícios de proliferação desta planta tóxica próximo à costa, e, agora, os cientistas tentam entender o que causou a situação.

“A hipótese em que estou trabalhando no momento é que a combinação dessas várias toxinas de algas bentônicas está se unindo para criar o fenômeno que estamos vendo”, disse Alison Robertson, cientista marinha sênior do Dauphin Island Sea Lab à NBC.

Para além dos peixes-serra, de acordo com a Bonefish & Tarpon Trust, essas algas afetaram também outras espécies como tainha-prateada, robalo, peixe-osso, arraia-do-sul, tubarão-nariz-afiado do Atlântico e o peixe-espada. Porém, os biólogos dedicam maior atenção ao peixe-serra, pois a espécie é classificada como criticamente ameaça desde 2003.

Fonte: O Globo

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