Gatos superam bebês em associação de palavras e imagens, diz estudo

Gatos superam bebês em associação de palavras e imagens
Gatos superam bebês em associação de palavras e imagens — Foto: Ilona Krijgsman por Pixabay

Pesquisadores da Universidade Azabu, no Japão, descobriram que os gatos são mais rápidos que bebês ao formar associações entre palavras e imagens. Publicado em outubro na Scientific Reports, o estudo revelou que esses animais domésticos conseguem aprender combinações de palavras e figuras em média quatro vezes mais rapidamente que crianças pequenas, mostrando uma habilidade inesperada em compreender relações linguísticas simples.

Para testar essa capacidade dos animais, a equipe liderada por Saho Takagi submeteu 31 gatos adultos a um jogo de palavras similar ao utilizado em estudos com bebês. Os gatos foram expostos a dois clipes de nove segundos com imagens animadas — um sol vermelho e um unicórnio azul —, acompanhados por palavras inventadas, “paramo” e “keraru”, repetidas junto com as imagens até os gatos perderem o interesse.

Após uma breve pausa, os pesquisadores inverteram as associações dos clipes e observaram que os gatos pareciam confusos, fixando o olhar nas imagens trocadas por 15% mais tempo.

“Foi adorável ver como eles participavam seriamente do experimento, alguns até com as pupilas dilatadas na condição ‘invertida’”, relatou Takagi à revista Science, descrevendo o comportamento curioso dos gatos ao perceberem a alteração.

Embora esses resultados sugiram que os gatos formam associações rápidas entre palavras e imagens, os especialistas alertam para a necessidade de cautela.

“Você está comparando um animal adulto com um imaturo de outra espécie”, destacou Carlo Siracusa, especialista em comportamento veterinário da Universidade da Pensilvânia à Live Science.

Ele ainda acrescentou que interpretar o comportamento de uma espécie diferente envolve desafios e limitações. A pesquisa com gatos é notoriamente difícil, apontou Siracusa, mas o estudo de Takagi foi eficaz ao explorar esse aspecto pouco estudado dos felinos.

“Certos gatos precisam ser excluídos, então já existe um viés — não é uma falha da pesquisa, é simplesmente difícil envolver animais,” afirmou ele. Essas restrições, contudo, não obscurecem o avanço no entendimento das capacidades cognitivas dos gatos, que demonstraram ser capazes de associar palavras e imagens, embora ainda não se saiba se essa habilidade é inata ou resultado da domesticação.

A comparação com cães, que também apresentam capacidade de aprendizado de palavras, poderia trazer ainda mais percepções, disse Siracusa. Vale ressaltar que, apesar das semelhanças entre essas espécies de estimação, suas histórias e respostas evolutivas são diferentes.

Fonte: O Globo

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