Fruticultores do Baixo Açu vão dobrar produção e gerar três mil novos empregos após investimentos

Um oásis a 210 km de Natal. Assim é o Distrito Irrigado do Baixo Açu, um celeiro de desenvolvimento econômico da fruticultura irrigada, com faturamento de R$ 50 milhões anuais e geração de três mil empregos diretos e indiretos. É nessa região do Vale do Açu, entre os municípios de Afonso Bezerra e Alto do Rodrigues, que se produz 30 mil toneladas de frutas por ano. Outros três mil hectares que compõem o Diba esperam há 20 anos investimentos do Estado para começar a funcionar e duplicar produção, faturamento e geração de emprego na região. Em 2018 os investimentos finalmente chegaram.

Por meio do acordo de empréstimo com o Banco Mundial, o Governo do Estado e a Secretaria de Agricultura estão recuperando e construindo o canal de irrigação principal, ampliando a rede elétrica, reformando a subestação de energia, construindo reservatórios e sistemas de bombeamento e reformando quatro piscinas, que vão possibilitar a produção de frutas em três mil hectares. A expectativa é que a plantação de banana, mamão, melancia, coco, manga, entre outros, dobre e chegue a 60 mil toneladas por ano e sejam gerados três mil novos postos de trabalho.

“As obras têm importância fundamental não só para os irrigantes do Diba, mas para toda a região. Vamos dobrar a produção de frutas, gerar mais três mil empregos e ganhar novos mercados. O novo sistema também vai otimizar a utilização dos recursos hídricos e reduzir nossos custos com energia elétrica. É a realização de um sonho de 20 anos”, diz o presidente da Associação do Distrito Irrigado do Baixo Açu, Marcílio Torres.

Os investimentos estruturantes somam R$ 8,3 milhões e incluem ainda a recuperação de duas estações de bombeamento de água e reconstrução da estrutura elétrica nos 20 km de extensão do canal para fornecimento de energia para 29 lotes de terras. Os impactos serão sentidos muito além dos seis mil hectares do Diba. “Todo o comércio, setor de transporte, infraestrutura, fornecedores da região serão beneficiados. É uma nova realidade que se abre para a economia potiguar”, emenda Torres.

Estão sendo gerados em torno de R$ 3 milhões em arrecadação de ICMS para o Estado com a circulação de mercadorias oriundas do Distrito. Com a nova etapa podendo ser finalmente explorada, essa arrecadação também deve crescer. “É uma mudança na realidade da fruticultura irrigada potiguar, com geração de emprego e renda e garantia de desenvolvimento econômico e social para toda a região”, destaca o secretário da Sethas e coordenador do projeto junto ao Banco Mundial, Vagner Araújo. Atualmente 53 operários trabalham na obra estruturante do canal, dos quais 90% são da região do Vale do Açu.

Associações de fruticultores recebem investimentos

Oito associações de irrigantes do Diba também estão recebendo investimentos do Governo do Estado por meio do Edital de Apoio a Subprojetos de Fruticultura Irrigada, que irá equipar os lotes de terras com kits de irrigação, sistema de filtragem, automação, tratores, veículos, bombeamento e novas tecnologias. Estão sendo aplicados R$ 4,4 milhões por meio do acordo de empréstimo com o Banco Mundial com objetivo de mudar a realidade atual dos produtores, que trabalham com equipamentos de irrigação de 20 anos atrás.

“Os dois investimentos vão alavancar ainda mais nossa produção. Estamos aqui há 20 anos e nunca tivemos nada parecido. Daqui sai diariamente mercadorias para todo o RN, Ceará, Pernambuco, Paraíba e até Estados Unidos e Europa. Os novos equipamentos, junto às obras estruturantes, vão incrementar a produção de frutas e gerar mais emprego e renda para toda a região”, acrescenta Marcílio Torres.

Foto: João Vital