Fiocruz lança Boletim Socioepidemiológico da Covid-19 nas Favelas

Vista geral da favela Morro Azul, na zona sul do Rio de Janeiro.

Vista geral da favela Morro Azul, na zona sul do Rio de Janeiro

A Fundação Oswaldo Cruz lançou na última segunda-feira (13/7), o primeiro Boletim Socioepidemiológico da Covid-19 nas Favelas. De acordo com a publicação, o baixo número de casos e óbitos registrados nos bairros com “alta e altíssima concentração de favelas” se contrapõem às taxas de letalidade nessas regiões, que chegam a ser o dobro em relação aos bairros que não têm favelas.

A publicação também aponta que a Covid-19 é mais letal nos homens do que mulheres e o maior percentual de óbitos na população negra nos territórios periféricos. O Boletim está disponível no Observatório Covid-19 da Fiocruz e é uma iniciativa da Sala de Situação Covid-19 nas Favelas.

A pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz) Jussara Angelo explica que, em decorrência da complexidade de se obter dados em uma escala mais detalhada e que dê visibilidade à magnitude da Covid-19 nas favelas cariocas, o boletim foi elaborado integrando três fontes de informação. Foram analisados dados oficiais do Painel da Prefeitura, dados dos painéis das unidades de saúde e do Voz das Comunidades. A publicação conta também com narrativas de interlocutores do território, que, através de suas experiências de vida e trabalho em diferentes regiões da cidade, colaboraram com a produção do material.

Segundo dados do Censo 2010, estima-se que 22% dos habitantes do município do Rio de Janeiro moram em áreas de favelas. Para entender a distribuição da covid-19 na cidade, construiu-se uma tipologia urbana, cuja classificação dividiu os bairros em cinco áreas: sem favelas, concentração baixa, concentração mediana, concentração alta e concentração altíssima.

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