Explosão atinge base militar no Iraque que abriga tropas do Exército e de milícia pró-Irã

Membros do Hashed al-Shaabi do Iraque, principal unidade paramilitar pró-Irã integrada às Forças Armadas, em frente ao seu quartel-general em Bagdá
Membros do Hashed al-Shaabi do Iraque, principal unidade paramilitar pró-Irã integrada às Forças Armadas, em frente ao seu quartel-general em Bagdá — Foto: Ahmad al-Rubaye/AFP

Uma explosão atingiu uma base militar no centro do Iraque que abriga tropas do Exército e do grupo Hashd al Shaabi, uma milícia pró-Irã agora integrado às forças nacionais. Segundo fontes oficiais do governo, ainda não é possível apontar os responsáveis pelo bombardeio na base de Calso, na província de Babilônia, cerca de de 50 km ao sul da capital Bagdá. O caso deixou um morto e oito feridos, de acordo com o governo. O grupo Hashd al Shaabi afirmou, em um comunicado, apenas que a ação resultou em “feridos” e “perdas materiais”.

Um militar, ouvido pela APF e que não quis se identificar, informou que há pelo menos três feridos entre os efetivos do Exército iraquiano. De acordo com ele, a explosão na base atingiu “armazéns que abrigam os equipamentos” e afetou alguns setores, onde foram feitas buscas por feridos.

Já uma fonte do ministério garantiu que o bombardeio estava dirigido aos veículos blindados do Hashd al Shaabi

— A explosão alcançou o material, o armamento, os veículos — disse.

Vídeos e imagens do local mostraram os danos causados pela grande explosão, que também incendiou árvores do entorno. Imagens de dentro da base na manhã deste sábado mostraram uma grande cratera e danos à infraestrutura e aos veículos. As informações são da Al Jazeera. A explosão e o incêndio ocorreram à 1h, horário local.

O grupo paramilitar explicou que uma explosão havia afetado seus locais na base e anunciou a abertura de uma “investigação preliminar”. Ainda de acordo com a Al Jazeera, a altoria, inicialmente, foi atribuída aos Estados Unidos. Através das redes sociais, o governo do EUA negou ter envolvimento no bombardeio:

“Temos conhecimento de relatos que afirmam que os Estados Unidos conduziram hoje ataques aéreos no Iraque. Esses relatórios não são verdadeiros. Os Estados Unidos não conduziram ataques aéreos no Iraque hoje”, comunicou o EUA numa conta oficial no X (antigo Twitter) na noite de sexta-feira.

Os militares iraquianos disseram, neste sábado, que não foram detectados drones ou caças no espaço aéreo da área de Babil antes ou durante a explosão.

A ação, cuja autoria não foi reivindicada até o momento, ocorre num período de tensão e conflitos na região em que Israel tem atacado fortemente Gaza, território palestino, e, na última sexta-feira, teria atacado a região de Isfahan, no Irã, perto de uma base militar.

O Hashd al Shaabi faz parte do aparato de segurança oficial do Iraque, mas reúne várias facções armadas pró-Irã. Esses grupo realizaram ataques no próprio país e na Síria contra soldados americanos mobilizados no âmbito de uma coalizão antijihadista internacional.

A base de Calso estava sob controle de forças militares americanas durante a invasão do Iraque liderada pelos EUA, mas foi entregue ao Ministério da Defesa iraquiano em 2011. O local conta com um depósito de munições e um armazém para tanques e outros armamentos.

A explosão na base de Calso aconteceu horas depois dos ataques próximos a uma base militar na zona de Isfahã, no centro do Irã, os qus são atibuídos a Israel. A agência espacial iraniana afirmou que a defesa antiaérea derrubou vários drones, mas que não detectou ataques com mísseis.

A mídia norte-americana afirmou, citando altos funcionários, que Israel respondeu desta forma a Teerã em retaliação ao ataque com mísseis e drones em 13 de abril. No entando, esta ação foi tomada após a embaixada do Irã na Síria ser bombardeada por Israel, deixando 11 mortos, entre eles um importante general da Guarda Revolucionária do Irã, além de outros seis militares da organização, e ao menos 12 pessoas feridas.

Fonte: O Globo

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