Nesta virada do ano quero começar fazendo minhas as palavras do filósofo Mário Sérgio Cortella numa entrevista datada de 23 de dezembro de 2014. O entrevistador lhe pergunta o que dizer para uma pessoa que na noite de Natal não tem nada. Assim responde o filósofo:
“A coisa mais importante que você e eu podemos ter na vida quando não temos outra coisa é a esperança. Mas tem que ser esperança do verbo esperançar, pois tem gente que tem esperança do verbo esperar. E esperança do verbo esperar não é esperança, é espera. Tem gente que diz eu espero que dê certo, eu espero que resolva. Esperançar, de onde vem a palavra esperança é ir atrás, é buscar, é não desistir, por isso você que nada tem mantenha a esperança. Albert Schweitzer, um estupendo médico do sec. XX, ganhou o Nobel da Paz em 1952 disse: “A tragédia não é quando um homem morre, a tragédia é aquilo que morre quando um homem ainda está vivo”. E o que não pode morrer é a esperança, a esperança do verbo esperançar, de buscar, de ir atrás. Por isso vale de novo Nelson Cavaquinho (Juízo Final):
O sol há de brilhar mais uma vez
A luz há de chegar aos corações
Do mal será queimada a semente
O amor será eterno novamente
É o Juízo Final
A história do Bem e do Mal
Quero ter olhos pra ver
A maldade desaparecer
Entramos num ano novo chamando esse “Menino que nos foi dado” de Jesus, que significa Deus Salva. Tendo-o como nosso único salvador e razão da nossa esperança, esperemos a paz, indo atrás, buscando, não desistindo, acreditando sempre que “outro mundo é possível”. Caminhemos “de esperança em esperança”, como nos ensinava o saudoso Cardeal Evaristo Arns no seu lema episcopal.
Feliz 2019!
+ Antonio Carlos Cruz Santos, msc (Maristelo)
Caicó, 31 de dezembro de 2018