Especial de Natal da Netflix revolta grupos religiosos

Mais uma vez, o especial de natal do Porta dos Fundos revolta grupos religiosos, principalmente evangélicos. O vídeo deste ano, que tem 46 minutos e estreou na Netflix na semana passada, chama A Primeira Tentação de Cristo. O enredo se passa no aniversário de 30 anos de Jesus e satiriza seu retorno após 40 dias de jejum no deserto.

No vídeo, Jesus, interpretado por Gregório Duvivier, leva para casa um amigo esquisito, interpretado por Fábio Porchat, com quem vive um romance gay espantando José, Maria, os reis magos e até de Deus. A sátira já traz na sinopse que é “um especial de Natal tão errado que só podia ser do Porta dos Fundos”. Mas o aviso não foi suficiente para apaziguar conservadores, que deram partida às críticas quase imediatamente após a estreia do filme.

As principais manifestações partiram da Coalizão pelo Evangelho, grupo que reúne representantes de dezenas de igrejas pelo Brasil; do deputado federal Marco Feliciano, um dos expoentes da bancada evangélica e do ator Carlos Vereza, conhecido por suas posições de direita.

A Coalizão pelo Evangelho publicou pelo menos dois artigos em seu site criticando a obra. Em um deles, o pastor da Igreja Presbiteriana do Bairro Imperial no Rio de Janeiro, Joel Theodoro, diz por que cancelou sua assinatura da plataforma após a publicação do vídeo: 

“Manter-me na qualidade de um patrocinador de produções cinematográficas que zombam e vilipendiam o Senhor é o mesmo que esbofeteá-lo, cuspir nele, bater em sua cabeça para lhe enterrar os espinhos da coroa, zombar com deboches, forçá-lo a andar nu pelas ruas carregando o grande peso do madeiro, furá-lo ao lado com uma lança, gritar para que ele desça da cruz se for capaz.”

Da Veja