O nível do Guaíba continua subindo, mesmo sem chuvas previstas para Porto Alegre para as próximas horas, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). A previsão do Instituto de Pesquisa Hidráulicas (IPH) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), inclusive, é de que o nível possa atingir um novo pico nesta quarta-feira, chegando aos 5,4 m.
Isso acontece em parte porque o Rio Taquari, assim como os rios dos Sinos, Jacuí, Caí e Gravataí, desemboca no Guaíba, que banha a região metropolitana de Porto Alegre. Com isso, a cheia nestes locais devido às chuvas sobre a bacia do lago no fim de semana influencia a subida das águas na região de Porto Alegre.
A água subiu depressa, mas escoa lentamente devido não apenas ao volume colossal, mas também porque o Guaíba deságua na Lagoa dos Patos, que também tem um escoamento lento, afetado por ventos e com uma saída apertada para o oceano. O vento sul nos últimos dias, que chegou aos 50 km/h, fez a água ir para o sentido contrário da saída para o mar.
Hidrólogo do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), Leandro Casagrande avalia que, após o impacto da segunda onda de chuvas e o pico do Guaíba, a altura da água deve começar a baixar a partir desta quarta, em um processo de esvaziamento que deve levar, pelo menos, de 20 a 30 dias.
A cota máxima do Guaíba foi registrada em 4 de maio, quando os medidores alcançaram 5,35 metros. O recorde anterior era da enchente de 1941, quando o nível do rio alcançou os 4,74 metros. Caso a previsão se confirme, a altura das águas do lago vai superar em 25 centímetros o recorde registrado no local.
Fonte: O Globo