O IX Encontro Nacional da Asa Brasil (IX ENCONASA) foi aberto na tarde deste dia 21 de novembro, no Hotel Vila Oeste, em Mossoró, com uma mística e acolhida às delegações de representantes de comunidades e das instituições da rede Asa, nos Estados do Semiárido.
Cerca de 400 pessoas, homens e mulheres, representam os estados por delegação. O evento tem uma programação diversificada, com painéis de debate com enfoque no tema central – Povos e Territórios, Resistindo e Transformando o Semiárido, e experiências – além de feira de saberes e sabores e atividades culturais.
A mesa de abertura foi formada pela agricultora Francina Mota; por Giovane Ferreira, da Fundação Banco do Brasil; por Yure Paiva, coordenador executivo da Asa Potiguar; por Lília Hall, do Ministério de Desenvolvimento Social e Agrário (MDS) e por Renato Fernandes, Secretário de Agricultura do Município de Mossoró, representando o prefeito da cidade.
Na fala que fez, o representante da Fundação Banco do Brasil disse que tinha duas boas notícias. Uma, a respeito de uma sobra de recursos da ordem de 5,6 milhões de reais, que serão investidos no Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2), destinado à produção. E outros recursos da ordem de 12 milhões de reais, que serão investidos no Programa da primeira água (P1MC).
Depois das falas de abertura, foi formada a primeira Mesa de Debates, com presença de Gilberto Carvalho, ex-Ministro Chefe da Secretaria Geral da Presidência da República; Aton Fon Filho, advogado e militante contra a ditadura de 1964, durante a qual foi preso e torturado, sendo anistiado somente em 2013; Valquíria Lima, da Asa, e Yure Paiva, coordenador da Asa Potiguar, que mediou os debates. Cada participante usou 20 minutos para falar sobre a atual conjuntura política, social e econômica do Brasil. Foram unânimes em criticar o atual modelo brasileiro. A PEC 55, ora em tramitação no Senado, mereceu duras críticas.
“A PEC 55 é a consumação da miséria e da fome; é um crime contra o povo pobre”, disse Gilberto Carvalho. O advogado Aton Fon Filho disse que “se a PEC 55 for aprovada, mesmo que em 2018 seja eleito um governo de esquerda e queiram mudar a realidade, nada poderá fazer porque a Constituição não permitirá”.
Valquíria, por sua vez, recordou que foi nos territórios que se construíram e se potenciaram as estratégias de convivência com o Semiárido. “Precisamos reposicionar nossas forças contra essa avalanche destruidora”, disse, referindo-se ao governo atual e as propostas de congelamento dos investimentos.
As atividades da noite foram concluídas com apresentação de uma Orquestra Sanfônica e de outro grupo, ambos de Mossoró. As atividades do dia 22 começarão às 8 horas, com o primeiro painel, enfocando o tema central do evento – Povos e Territórios, Resistindo e Transformando o Semiárido. À tarde haverá um segundo painel, com o tema “Experiências Estaduais, avanços e desafios da trajetória da Asa e das Políticas Públicas”.