Eleição SP: Marçal e Boulos crescem e Nunes despenca em bolsa de apostas após Datafolha

Da esquerda para a direita: os candidatos Guilherme Boulos (PSOL), Ricardo Nunes (MDB) e Pablo Marçal (PRTB)
Da esquerda para a direita: os candidatos Guilherme Boulos (PSOL), Ricardo Nunes (MDB) e Pablo Marçal (PRTB) — Foto: Fotos de Edilson Dantas/O Globo

A divulgação da pesquisa Datafolha e o debate da TV Globo aumentaram as chances de vitória de Pablo Marçal (PRTB) e Guilherme Boulos (PSOL) e derrubaram as chances de vitória do prefeito Ricardo Nunes (MDB) na eleição de domingo. Pelo menos é o que sugere a bolsa de apostas virtual americana Polymarket, a maior do gênero com um pregão específico para a eleição paulistana.

Como as apostas em resultados de eleições estão vedadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) desde o último dia 17, apostadores têm usado o servidor estrangeiro, que está fora da alçada do tribunal.

Por ocasião do fechamento deste texto, na noite de sexta-feira, o emedebista seguia favorito, com 43% de chance de êxito nas urnas. Mas até a véspera da pesquisa e do debate, esse número era bem maior — 57%.

Marçal, por sua vez, passou de 23% para 32% e Boulos, de 20% para 26%.

Os lances, evidentemente, não refletem um modelo estatístico e nem servem de parâmetro para prever o resultado das urnas no próximo domingo e nem no dia 27 de outubro, quando está previsto o segundo turno. Mas são um termômetro das expectativas de parte dos eleitores, incluindo investidores da Faria Lima, onde as bolsas de apostas são populares.

Nesse universo, Nunes chegou ao patamar mais baixo desde 7 de setembro. O feriado foi marcado pela manifestação pelo impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, em São Paulo, que se tornou palco de um embate entre o ex-presidente Jair Bolsonaro, que apoia oficialmente sua candidatura, e Marçal.

Naquela ocasião, o candidato do PRTB liderava os lances da plataforma com quase 50% de chances de vitória, seguido de 38% de Nunes e apenas 17% de Boulos.

Mas Bolsonaro se irritou com o fato de o ex-coach, que hesitava em endossar um pedido de impedimento de Moraes, ter chegado no protesto após o término dos discursos e com uma faixa que tomou conta da Avenida Paulista e dizia “Bolsonaro acabou, Marçal começou. Pablo Marçal presidente do Brasil”.

O episódio marcou uma virada de chave na relação entre o ex-presidente e o ex-coach, que trocaram afagos e acenos no passado a ponto de alimentar especulações sobre um desembarque do bolsonarismo da candidatura de Nunes. A briga pública também abalou as intenções de voto de Marçal entre apoiadores de Bolsonaro e o desempenho do candidato na bolsa de apostas.

No dia seguinte ao feriado, Nunes já aparecia com 41% e chegou a um pico de 67% no dia 19 de setembro, quando foi divulgada uma pesquisa Datafolha que indicava a estagnação de Marçal com 19% das intenções de voto.

Já o ex-coach entrou em viés de alta e atingiu seu melhor desempenho desde 8 de setembro, quando passou a oscilar negativamente.

Também é o maior patamar de Guilherme Boulos desde o fim de agosto, quando a campanha do candidato do PSOL se envolveu em uma polêmica relacionada à execução do Hino Nacional em linguagem neutra em um comício com a presença de Lula.

Na época, Boulos tinha 31% de chances de vitória e despencou para 18% entre os apostadores da plataforma. O Datafolha de quinta-feira aponta o psolista na liderança com 26% das intenções de voto.

As mudanças nas tendências de apostas costumam ser afetadas por fatos com algum impacto nas campanhas que podem ou não caminhar junto da opinião pública. Mas a dedicação dos apostadores em prever o resultado final só evidencia mesmo o clima de final de campeonato que tomou conta da reta final da eleição em São Paulo.

Fonte: O Globo

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